Corredor de fícus, na Salim Farah Maluf, terá corte finalizado
Na manhã de sábado, o promotor interrompeu o corte (que já havia atingido cerca de 12 árvores) solicitando que os proprietários apresentassem toda a documentação autorizando a derrubada.
Ás árvores restantes do corredor de fícus, cujo corte foi iniciado no último sábado, serão derrubadas, conforme o advogado do grupo Capucci - dono do condomínio fechado que será construído no local – Jailton Santiago. De acordo com ele, a possibilidade de preservação do corredor, localizado próximo ao Colégio JP, na avenida Salim Sarah Maluf, em Presidente Prudente, é inexistente. "Um ano atrás especialistas nos indicaram em estudo que essas árvores têm raízes que adentram até 200 m no solo, ‘estourando’ rede de esgoto e asfalto", explica.
O advogado acrescenta que "não dá para voltar atrás na derrubada das árvores, visto que o corredor inteiro, com suas duas fileiras, não existe mais". No entanto, o MPE (Ministério Público Estadual) ainda estuda uma forma de contornar a situação junto com a administração pública, de acordo com o promotor André Luis Felício.
Corredor de fícus não será preservado, informa grupo Capucci
Na manhã de sábado, o promotor interrompeu o corte (que já havia atingido cerca de 12 árvores) solicitando que os proprietários apresentassem toda a documentação autorizando a derrubada. A legalidade do projeto foi comprovada em reunião realizada na manhã de ontem, conforme Felício.
Levantamento
Para que o caso não ocorra novamente, o MPE pediu que a Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) realize um levantamento com as árvores de importância paisagística e história para Prudente e as torne imunes ao corte, por meio da Lei Municipal 3906/94.
A verba para a contratação de uma empresa que fará esse mapeamento será liberada pelo grupo Capucci. "O corte está dentro da legalidade e a compensação ambiental será feita, no entanto, os proprietários decidiram ajudar nesse levantamento espontaneamente", pontua o advogado.
Despedida
Na tarde de ontem, seis pessoas foram ao local se despedir das árvores. Entre elas, a fotógrafa Rosemeire Carreño, ganhadora do 1° Concurso Fotográfico Árvores da Cidade de Prudente, cuja foto vencedora foi do corredor de fícus. "Vim tirar foto do que resta e registrar o fim, com pesar", afirma.
Wellington de Souza Neves, 29, presidente da Associação dos Moradores do bairro Jardim Maracanã, disse estar de "coração partido" com a derrubada. "Moro aqui desde pequeno e brincava nesse corredor. Fico chocado com essa situação", completa. Como publicado em
O Imparcial, o presidente já havia solicitado o tombamento do local ao MPE em junho de 2011. Felício, que na época não era promotor do MPE, afirma que não foi informado sobre o pedido em sua gestão.