Com as férias escolares, muitas famílias buscam clubes, parques aquáticos, balneários, praias e rios para aproveitar o calor. No entanto, o Corpo de Bombeiros reforça a importância de cuidados redobrados para evitar tragédias.
Segundo o 1º-tenente PM do 14º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Presidente Prudente, Eduardo Fernando Castanho, a supervisão constante e medidas preventivas são essenciais, principalmente quando crianças estão envolvidas: “Temos uma peculiaridade na nossa região, que é muito quente e repleta de represas, rios e lagos. Isso aumenta a procura por locais aquáticos, mas também os riscos, especialmente para as crianças, que são mais vulneráveis", afirma o tenente.
Ele destaca que, em piscinas, muitos casos de afogamento passam despercebidos. “Há situações de grau 1 ou grau 2, que envolvem uma pequena aspiração de água no pulmão. A criança tosse, fica assustada, mas os pais nem sempre percebem que isso é um afogamento leve”, explica Castanho.
O Corpo de Bombeiros classifica os afogamentos em seis graus:
• Grau 1: Aspiração leve, com tosse, sem alteração de consciência;
• Grau 2: Aspiração moderada, com tosse e maior susto ou medo;
• Grau 3: Aspiração severa, secreção pulmonar e alteração de consciência;
• Grau 4: Redução significativa de pulso e cianose (pele roxa);
• Grau 5: Parada respiratória, mas com batimentos cardíacos ainda presentes;
• Grau 6: Parada cardiorrespiratória, sem respiração ou pulsação.
“O grau 3, por exemplo, já é muito preocupante, porque a vítima apresenta secreção pela boca ou nariz, o que indica que o pulmão foi afetado. É importante saber identificar os sinais para buscar socorro imediato”, pontua.
O tenente Eduardo Fernando Castanho enfatiza a necessidade de supervisão constante em qualquer ambiente aquático. “Crianças nunca devem ficar sozinhas. A água que passa da cintura já é um risco grande. Além disso, em piscinas, a correria ao redor aumenta as chances de quedas e lesões, que podem ser graves”.
Para piscinas residenciais, a recomendação do porta-voz do Corpo de Bombeiros é adotar barreiras de proteção. “Se a piscina não está sendo usada, ela precisa ser cercada ou coberta com lona apropriada. Um descuido pode ser fatal”, alerta o bombeiro.
Em águas abertas, como rios e lagos, os cuidados precisam ser redobrados. Nos rios da região, especialmente em Presidente Epitácio, no Rio Paraná, Castanho indica que as condições podem variar significativamente devido à temperatura e à direção dos ventos, como o vento sul, que provoca a formação de ondas e aumenta os riscos.
Por isso, o Corpo de Bombeiros recomenda que crianças não entrem em águas que ultrapassem a altura da cintura e que as famílias priorizem locais com guarda-vidas. “Eles estão em posições privilegiadas, conseguem identificar riscos e agir rapidamente para prevenir um afogamento”, pontua o tenente, que completa: “Água no umbigo é sinal de perigo. Essa regra simples pode salvar vidas, especialmente em locais onde não há guarda-vidas. Em rios como os da nossa região, o vento pode criar ondas e tornar a situação ainda mais perigosa”.
Em síntese, as principais orientações do Corpo de Bombeiros são:
• Crianças nunca devem ficar sozinhas e sempre precisam de supervisão de um adulto;
• Evitar correria e brincadeiras perigosas próximas às bordas da piscina para prevenir quedas e machucados;
• Cobrir piscinas quando não estiverem em uso, utilizando lonas ou cercas para impedir o acesso;
• Em águas abertas, priorizar locais com guarda-vidas, que possuem visão privilegiada para identificar riscos;
• Adotar a regra: "água no umbigo é sinal de perigo", principalmente em rios e lagos, cujas condições podem variar com o vento e a temperatura.