A 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 27) da ONU (Organização das Nações Unidas) chegou ao fim no dia 18 de novembro, com um acordo sobre a criação de um fundo de "perdas e danos" para os países mais afetados pelas mudanças climáticas, segundo comunicado oficial do evento realizado no Egito.
No entanto, apesar da decisão inédita, líderes globais mostraram descontentamento ao questionar principalmente a falta de medidas efetivas para combater as emissões geradas pelo uso de combustíveis fósseis. "Decidimos um caminho a seguir em uma conversa de décadas sobre financiamento para perdas e danos – deliberando sobre como abordamos os impactos nas comunidades cujas vidas e meios de subsistência foram arruinados pelos piores impactos das mudanças climáticas", disse Simon Stiell, secretário executivo da ONU para Mudanças Climáticas.
Ainda de acordo com o comunicado, a COP 27 resultou na entrega de um pacote de decisões pelos países que reafirmaram seu compromisso de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. O pacote também fortaleceu ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e se adaptar aos impactos da mudança climática, além de aumentar o apoio financeiro, tecnológico e de capacitação necessário aos países em desenvolvimento.
Os governos concordaram ainda em estabelecer um "comitê de transição" para fazer recomendações sobre como operacionalizar os novos acordos de financiamento e o fundo na COP 28 do próximo ano. Espera-se que a primeira reunião do comitê de transição ocorra antes do final de março de 2023.
A decisão, nomeada como Plano de Implementação de Sharm el-Sheikh, destaca que uma transformação global para uma economia de baixo carbono deverá exigir investimentos de pelo menos US$ 4 a 6 trilhões por ano. No entanto, críticas surgiram de ativistas climáticos que alegaram o fato de que pressionar por uma ação forte para acabar com o uso de combustíveis fósseis será ainda mais difícil na reunião do próximo ano, que será realizada em Dubai, localizada nos Emirados Árabes, ricos em petróleo.