A reinvenção de todo um modelo de vendas de um dia para o outro ocorreu pela primeira vez na história contemporânea durante os últimos meses, momento em que a pandemia da Covid-19 embarcou em caronas e se espalhou pelo mundo. Muitos comerciantes, de portas fechadas, para não “quebrar”, tiveram que em tempo recorde migrar para os ambientes digitais, para o e-commerce.
Reflita bem a análise da consultora especialista em pequenos negócios do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Kate Cidrão: com ou sem pandemia, a orientação é que os comerciantes que se aventurem no mundo do comércio eletrônico comecem pelos marketplaces, e aos poucos diversifiquem seus canais com investimento em loja virtual.
Bem, nem sempre assimilar os termos do ambiente digital é coisa simples, então, vale a pena traçar uma comparação com ambientes da realidade. Marketplace, como explica Kate, é uma espécie de shopping virtual, uma plataforma já montada, em que através de um contrato, que normalmente envolve pagamento de comissão sobre vendas, os comerciantes podem se instalar. Os empresários que praticam o comércio eletrônico nestas plataformas não têm preocupações com estratégias de marketing digital e têm investimento inicial bem pequeno, mas, em contrapartida, precisa entender a dinâmica do marketplace, pois lá também estão os concorrentes.
“É como um shopping, já é conhecido, as pessoas costumam ir até lá para fazer compras. Então, um comerciante abre sua loja e passa a fazer parte do espaço, mas precisa se destacar em relação aos outros. O destaque pode se relacionar com preços, imagens, descrição dos produtos, rápidas respostas aos questionamentos dos clientes, menos prazo de entrega...”, destaca a consultora. Exemplos deste modelo são plataformas como “Mercado Livre” e “Magalu”.
Por outro lado, as lojas virtuais, a exemplo das lojas físicas, precisam ser “construídas” nos ambientes digitais do zero, o que demanda investimentos maiores com contratação de técnicos. Além disso, é necessário um grande esforço e investimento em marketing digital para que a loja seja conhecida e acessada, e grandes aliadas são as redes sociais.
Outra maneira de ter uma loja virtual é alugando uma plataforma pré-pronta. Nestes casos, afirma Kate, basta o comerciante alterar a imagem do site, colocando a “cara” da empresa e, claro, realizar, da mesma forma, um intenso trabalho de marketing. Neste exemplo, não há preocupação com técnicos, mas há o pagamento periódico de aluguel pela utilização do espaço.
ORIENTAÇÃO É
DIVERSIFICAR
Com os termos elucidados é mais fácil entender a análise da consultora descrita no segundo parágrafo. Segundo ela, em tempos de pandemia, os comerciantes que rapidamente migraram para o e-commerce tiveram que escolher os marketplaces pela praticidade em curto prazo e baixo investimento.
Ela reitera que a melhor opção para os empresários que investem no ambiente virtual é a diversificação de canais e consolidado nos shoppings digitais: os comerciantes terão tempo hábil e condições de investimentos de criar, popularizar e gerar engajamento em seus sites próprios.
“Os consumidores online estão cada vez mais espertos. Eles pensam: Compensa mais o que? Comprar nos marketplaces ou nas lojas virtuais? ”, ressalta Kate. “Muitos clientes compram nesses ‘shoppings’, conhecem a loja e se tornam clientes. Na verdade, depende muito da estratégia do empresário”, pontua.
SERVIÇO
Para esclarecer dúvidas e buscar orientações sobre o comércio eletrônico os contatos do Sebrae, que tem realizado consultorias on-line gratuitas, são (18) 3916-9050 ou 0800 570 0800.