Em videoconferência nesta segunda-feira, foi apresentado ao prefeito de Presidente Prudente, Nelson Roberto Bugalho (PSDB), o projeto elaborado pelo Cirsop (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista) voltado à melhora na condição de trabalho dos catadores autônomos de recicláveis de Prudente e dos outros nove municípios consorciados.
Segundo o diretor-executivo do Cirsop, Mateus Godói, somente neste fim de semana foram cadastrados cerca de 70 catadores. O projeto, que envolverá ainda a Unesp (Universidade Estadual Paulista), consiste na cessão de cestas básicas, sendo uma de alimentos perecíveis e outra de não-perecíveis, além de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para que eles realizem a coleta dos recicláveis de maneira segura, principalmente durante a pandemia de coronavírus, a Covid-19.
Para efetivo funcionamento do projeto, que deverá durar até o fim deste ano, Mateus conta que o MPT (Ministério Público do Trabalho) doou cerca de R$ 900 mil ao Cirsop. Dessa forma, R$ 250 mil serão destinados à Unesp, uma vez que os catadores terão atendimento no Centro de Fisioterapia da universidade, e o montante restante para aquisição dos alimentos e dos EPIs.
"Não iremos atacar somente a consequência, mas a causa do problema. É provável que não resolvamos 100%, mas automaticamente teremos um diagnóstico por meio da Unesp. Além disso, eles serão capacitados e tentaremos inseri-los nas cooperativas para que cada vez mais aumentemos a capacidade, porque depois haverá transbordo de outros locais envolvendo todo o Plano Regional de Resíduos Sólidos, que é intermunicipal", conta o diretor-executivo.
Ainda segundo Godói, o chefe do Executivo de Prudente, que é o presidente do Cirsop, solicitou que o projeto contemple, além dos catadores, todo vínculo familiar daquele profissional. "Foi solicitado que a gente vá à residência, faça o levantamento de quantos moradores há, quais trabalham, enfim, para podermos colaborar de algum modo por meio da reciclagem. Quanto mais reciclarmos e menos lixo enterrarmos, maior o retorno para essas famílias".
O diretor-executivo acrescenta que, após o início do projeto, a expectativa é que empresas privadas se tornem parceiras da iniciativa. "Quando virem a seriedade e a transparência do processo na realidade e no contexto em que vivemos, a tendência é o sucesso".
"Quanto mais reciclarmos e menos lixo enterrarmos, maior o retorno para essas famílias"
Mateus Godói
Diretor-executivo do Cirsop
Godói diz também que o projeto está aliado ao Plano Regional de Resíduos Sólidos, que deve ser entregue até o fim do próximo mês. "Houve levantamento físico, diagnóstico, prognóstico e agora a finalização do plano, podendo ser a gaseificação, a queima do produto, enfim. Sabemos em nível mundial que os aterros estão em uma decrescente, sendo a tendência a queima do produto, mas, para queimar, não podemos gerar resíduos, sendo necessária a educação ambiental".
A educação ambiental do cidadão à qual Mateus se refere é que a quantidade de lixo produzida seja reduzida, fazendo com que o volume de lixo para queima seja menor, sendo reciclado a maior quantidade possível. "Dessa forma, iremos reciclar para dar melhores condições para essas pessoas que dependem da reciclagem para poderem sobreviver com melhores condições de trabalho e de vida. Este, de modo geral, é o projeto encabeçado pelo prefeito em relação ao Cirsop", conclui.
Além dos citados, participaram também da vídeoconferência o titular da Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Wilson Portella Rodrigues, prefeitos de outros municípios consorciados e representantes de outras instituições.