Um conselho mais deliberativo. Este é o propósito da nova gestão do Comuc (Conselho Municipal de Políticas Culturais), que passa este ano por uma reformulação administrativa. Durante a primeira reunião para o exercício de 2017, realizada na manhã de ontem, na Sala de Cinema Condessa Filomena Matarazzo, do Centro Cultural Matarazzo, o presidente Michael Hellison Jontorpe Gomes informou que o objetivo do grupo é promover encontros regulares que não sejam apenas "uma reunião de artistas", mas oportunidades para a classe e a sociedade saberem quais ações, em termos de Cultura, estão sendo promovidas em Presidente Prudente e cobrarem aquelas que estão em falta, bem como os recursos para tal. "Buscamos estabelecer um elo entre membros do conselho e população visando fomentar ações políticas socioculturais", denota.
Primeira reunião do Comuc foi realizada ontem, no Matarazzo
Um dos tópicos que devem ser frisados este ano é o tombamento das obras sacras do artista plástico prudentino José Botosso, que faleceu em abril de 2012. Em Prudente, as artes estão evidenciadas na Catedral de São Sebastião, no centro; no Santuário Nossa Senhora Aparecida, na Vila Marcondes; e na Capela Nossa Senhora Aparecida, no Campus 2 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). O vice-presidente do Comuc e membro da comissão de festejos dos 100 anos da cidade, Erivaldo dos Santos, popularmente conhecido como Vadinho, adianta que uma exposição com as obras do "professor Botosso", intitulada "Das cores à cinza", está inclusa na programação do centenário. Vadinho é um grande defensor do tombamento das pinturas do artista e aguarda a sua viabilização. "As obras do professor Botosso não podem morrer nunca. Para mim, negar o tombamento é um crime cultural. Tem que existir", avalia.
De acordo com o presidente do Comudephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico de Presidente Prudente), Josué Pantaleão da Silva, a proteção da obra de José Botosso é um pedido antigo no município. Após a morte do artista, a própria família reuniu os documentos necessários para solicitar a ação. Questionado sobre o maior entrave para a transformação das artes em patrimônio histórico, Josué pontua que "ainda existe no município a necessidade de compreender o que é um tombamento e qual a importância de sua viabilização".
Embora tenha sido negado antes, o presidente afirma que a documentação está sendo refeita e deverá ser encaminhada à Prefeitura para obtenção de parecer. "O tombamento da obra não é inviável e, se conseguirmos, será de grande importância para o legado cultural de Presidente Prudente".
O Governo de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação, declara que "é responsabilidade do Condephaat requerer o tombamento das obras à Prefeitura". "Em relação ao pedido de tombamento das obras do professor José Bottosso, a administração municipal considerou inviável a solicitação, por conta do alto investimento necessário para a manutenção e conservação dos referidos bens, que adornam templos religiosos sob a responsabilidade da Diocese de Presidente Prudente. A Prefeitura, no entanto, permanece à disposição do conselho para dialogar e encontrar alternativas para a preservação da memória e legado do professor Bottosso", diz a nota.
Mais atividades
Além da tentativa do tombamento da obra sacra do professor Botosso, outra ação prevista pelo conselho é a implantação da Alacop (Academia de Letras, Artes e Ciências do Oeste Paulista), em maio, na Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos) ou no Matarazzo, com a intenção de captar os talentos da região e reconhecer suas contribuições para o fomento da cultura prudentina.
No que diz respeito ao cronograma do centenário de Prudente, o representante informa que foram discutidas, na terça-feira, quais atividades devem ser promovidas no campo do esporte. Neste encontro, ficou acertado que o mês de aniversário será composto pela Maratona do Centenário, com competições de atletismo, basquete e futebol e a presença de atuais e ex-atletas de grande relevância na região, especialmente dos times Corintinha e Prudentina. Já na manhã de ontem, duas reuniões trataram, respectivamente, sobre os festejos referentes ao carnaval e a definição de Adélio Sarro como o escultor do obelisco do centenário, a ser construído no Parque do Povo.