Compromisso com a dignidade e segurança da mulher

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 08/03/2025
Horário 11:39

A violência contra a mulher é uma triste realidade que persiste em nossa sociedade, afetando milhares de mulheres em diferentes contextos e faixas etárias. O ciclo de violência, muitas vezes, é cercado de medo, silêncio e omissões, principalmente quando as vítimas não encontram amparo no momento em que mais precisam. Nesse cenário, a existência de uma Delegacia de Defesa da Mulher que ofereça atendimento 24 horas por dia, todos os dias da semana, é um passo fundamental para garantir que as mulheres possam romper esse ciclo de abuso e buscar a justiça. 

Como noticiado por este diário, o governo de São Paulo inaugurou neste sábado, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o serviço de atendimento 24 horas da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Presidente Prudente. Ao todo, a unidade poderá oferecer suporte a 67 municípios da região. A ampliação do serviço tem o objetivo de oferecer suporte às vítimas de violência doméstica ou familiar e encorajar as denúncias para combater as subnotificações.

A abertura ininterrupta da Delegacia de Defesa da Mulher é um reflexo da necessidade urgente de atendimento imediato. Muitas vezes, as mulheres sofrem violência física, psicológica ou sexual, e precisam de um espaço seguro para denunciar o agressor, seja ele um parceiro, familiar ou desconhecido. No entanto, a maioria das vítimas sente-se intimidada ou desamparada, e não procura ajuda imediatamente. Quando a denúncia é feita de forma tardia, as chances de que o agressor permaneça impune aumentam, e a vítima fica sujeita a um ciclo de violência cada vez mais perigoso.

Ao garantir atendimento 24 horas, as delegacias oferecem um amparo essencial, permitindo que as vítimas se sintam protegidas e confiantes para fazer a denúncia a qualquer momento. Além disso, esse tipo de atendimento ajuda a prevenir a subnotificação, um problema recorrente nas estatísticas de violência contra a mulher. A subnotificação ocorre quando as vítimas não se sentem seguras ou não sabem como proceder diante de situações de abuso. Se a Delegacia de Defesa da Mulher estivesse fechada fora do horário comercial, muitas mulheres poderiam deixar de denunciar ou postergar o processo de acolhimento, o que só perpetuaria a violência.

Além do atendimento contínuo, outro aspecto fundamental é que a Delegacia de Defesa da Mulher seja um ambiente acolhedor e livre de julgamentos. Muitas mulheres se sentem intimidadas pelo sistema de justiça, temendo ser tratadas de forma indiferente ou até culpabilizadas pela violência que sofreram. Nesse sentido, é crucial que a delegacia se configure como um local onde as vítimas se sintam ouvidas, respeitadas e compreendidas. O acolhimento psicológico, a empatia dos profissionais e a disponibilidade de uma estrutura humanizada podem ser a chave para que as vítimas de violência se sintam amparadas e motivadas a continuar o processo de denúncia.

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