Você se corrói por dentro, quando comete um erro? Desestrutura-se? Chora, grita ou se isola? Recrimina-se ou considera que errar é humano? Quem não cometeu algum erro, atire a primeira pedra! Penso que de alguma forma, nossa “forma” humana nos leva às falhas. A condição humana é constituída de várias fases, passagens e percurso. Em cada fase experienciada no tempo presente, as solicitações e demandas são complexas. E assim, as fragilidades e sensibilidade permeiam nossas emoções e atitudes são atuadas de forma impulsiva ou impensadas.
Viver é relacionar-se com o outro, é uma troca. Pensar sobre o erro está, implicitamente, ligado ao perdão. O erro cometido poderá levar ao remorso. O pedido de desculpas ou perdão será a consequência. Podemos então, reparar nosso erro. E ser perdoado, quando possível para o outro que ofendemos ou magoamos. O sociopata é diferente, não há remorso, tampouco culpa. Para ele, desconhece erros. Já o psicótico vive fora da realidade, não reconhece os seus erros e não há reparação, principalmente em surto psicótico.
Há erros que foram cometidos durante a adolescência, por exemplo. E a adolescência é uma das fases mais complexas relativa ao processo do desenvolvimento. É um período de extrema vulnerabilidade. É onde todos os conflitos não resolvidos durante a infância, reverberam ou eclodem de forma violenta. Todos nós, independentes da faixa etária, erramos. Somos impotentes. O novo, o desconhecido, as incertezas e as dúvidas nos surpreendem a todo momento. Não estamos no controle de tudo, todo o tempo. O erro pode ser considerado parte de nossa construção. Aprendemos com nossos próprios erros. “É errando que se aprende”, diz o velho jargão.
Cometemos erros na relação com o outro? Sim. Assumir a responsabilidade e as consequências é renovação da história, posso controlar para errar menos possível. Cometemos erros conosco mesmos. Daí dependerá de nós mesmos, nos perdoarmos ou não. Quando não nos perdoamos, as consequências serão desastrosas. Poderemos adoecer, psicossomatizando. O erro fica dentro, como uma guerra constante ou uma ferida que não cicatriza.
Finalizando: A vida é um eterno aprendizado. Aprendemos com os erros, com os acertos, com as idas e vindas, com os caminhos retos e tortuosos, com os sorrisos e lágrimas... Enfim, aprendemos, e cada aprendizado nos transforma em pessoas melhores, aprender é transformador. Afinal, lapidar a pedra bruta leva uma vida.