Os recentes ataques à Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo - que vitimou a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e feriou cinco pessoas; e a uma creche em Blumenau (SC), que ceifou a vida de quatro crianças - têm aterrorizado à sociedade brasileira nos últimos dias. Na região de Presidente Prudente, não tem sido diferente: circula nas redes sociais uma série de áudios, em grande parte falsos, que citam com alarmismo a possibilidade de ataques a escolas na região.
A presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial Estado de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Professora Bebel (PT), fez uma postagem nas redes sociais em que lamenta o ataque à creche em Blumenau (SC) e aponta que pesquisa do sindicato divulgada na semana retrasada mostra que a quase totalidade de professores, estudantes e familiares expõe o aumento de relatos de casos de ansiedade e esgotamento emocional.
No texto, Bebel escreve que a entidade reivindica do governo de São Paulo reforço no policiamento no entorno das escolas, recomposição do quadro de funcionários, retomada do programa de mediação escolar, psicólogos nas escolas, entre outras medidas.
Tendo o pano de fundo que dissemina o medo entre pais e alunos e a colocação enfática da líder sindical, a reportagem de O Imparcial solicitou posicionamento para o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Seduc (Secretaria da Educação do Estado), à Prefeitura de Presidente Prudente e ao Sindicato das Escolas Particulares de Presidente Prudente e Região.
Em nota, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Seduc (Secretaria de Educação), pontuou que está em constante conversa com a Apeosp e que, em 2019, estabeleceu o Conviva SP (Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar) com a proposta de que toda escola seja um ambiente de aprendizagem solidário e acolhedor. Segundo a pasta, o programa visa identificar vulnerabilidades de cada unidade escolar para implementar ações proativas de segurança, e que toda escola seja um ambiente de aprendizagem solidário, colaborativo, acolhedor e seguro, na busca da melhoria da aprendizagem.
“A pasta reitera que é fundamental o cuidado com a saúde mental e, para isso, dentro do Programa Conviva, foi criado o programa Psicólogos na Educação. O atendimento dos psicólogos acontecia de forma remota, que foi adequado durante a pandemia. Para esse ano, o formato e as estratégias do programa foram repensados e o atendimento passará a ser presencial”, acrescenta a Seduc.
A secretaria também ressalta que as escolas da rede estadual estão atentas aos comportamentos dos estudantes, atuando com a escuta ativa e mediação, buscando solucionar os conflitos identificados. “Periodicamente, a equipe Conviva SP promove encontros formativos junto aos COE [Coordenador de Organização Escolar], cujas pautas são voltadas à promoção da cultura da paz, à valorização da vida e à mediação de conflitos. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo está em constante conversa com o sindicato”, finaliza a pasta.
Em nota encaminhada ao final da tarde dessa segunda-feira à reportagem de O Imparcial, a Prefeitura de Presidente Prudente informou que existe um protocolo para garantia da segurança dos alunos da rede municipal, com controle de acesso ao interior das unidades, câmeras de monitoramento e atividade delegada em parceria com a Polícia Militar. A pasta de Educação reiterou que segue atenta aos recentes acontecimentos e, se houver necessidade, adotará novas medidas com o objetivo de preservar a integridades dos alunos.
Já nesta quarta-feira, o prefeito Ed Thomas (sem partido), em reunião com as forças policiais, secretarias de Educação, Mobilidade e com a Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente, formalizou um conjunto de 10 ações a serem postas em prática imediatamente nas cerca de 150 unidades de ensino da cidade, incluindo municipais, estaduais e particulares.
Em conversa com à reportagem deste periódico, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Presidente Prudente e Região, Antonio Batista Grosso, por sua vez, relatou que a entidade passou uma orientação geral às unidades escolares privadas para que aumentem a segurança dos espaços escolares, com a ampliação do quadro de seguranças, câmeras de monitoramento e com cursos com profissionais especializados para a preparação do quadro de funcionários das escolas em caso de situações emergenciais. “Estamos fazendo tudo o que é necessário para aprimorar ainda mais a segurança das escolas para que os pais e mães possam ficar tranquilos. A gente espera que nada aconteça, mas caso vier a acontecer, a segurança nossa é total”, frisou Grosso.
CONFIRA TAMBÉM:
Reunião traça estratégias para garantir segurança em escolas de Prudente
Câmara de Prudente declara luto por morte de professora em escola de SP