Quantos celulares, tablets e outros dispositivos móveis existem na sua casa? É sabido que a utilização das redes sociais virou realidade na maioria dos lares. O acesso mais facilitado aos planos de internet, as ofertas de wi-fi em pontos gratuitos e o barateamento no valor dos smartphones proporcionou este maior consumo. Entretanto, sem freio, esta imersão ocorre de forma descontrolada e muitas famílias, sem qualquer tipo de restrição, permitem que esta invasão gere um afastamento das vivências reais. Imagine-se na sala, cada pessoa que convive em sua casa com um celular na mão e nenhum contato verbal. Já ocorreu por aí?
Refletir sobre estes comportamentos se tornou uma necessidade latente dentro dos lares. Explorar o diálogo, as atividades físicas e brincadeiras longe dos eletrônicos e dispor de tempo para o olho no olho com os filhos são atitudes indispensáveis para evitar o distanciamento real e a omissão de cuidados. Certamente tem alguém precisando de sua atenção.
Na mão dos pequenos
Crianças devem usar moderadamente os dispositivos móveis e eletrônicos em geral. Todo o conteúdo absorvido precisa do monitoramento de um adulto. O uso indiscriminado, do ponto de vista físico, segundo Leandro Gregorut, ortopedista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, pode fazer com que as crianças deixem de desenvolver habilidades neuromotoras, tais como equilíbrio, força, percepção espacial do seu próprio corpo, noção de tempo, espaço, velocidade e agilidade física, interação social e habilidade sóciocognitivas para resolver conflitos e situações adversas.
Eles pedem socorro!
No último domingo, neste espaço, abordamos a temática no artigo intitulado “Pai, olha pra mim!”. No Instagram, os comentários: “Estamos sendo consumidos pelas redes. Eu preciso me policiar quanto a isso. Minha boneca sempre vira meu rosto querendo apenas que eu olhe para ela” - @niellymaedejulinha; “Esses dias Rafa olhou pra mim e falou: mamãe "xelular" e foto não! A partir desse dia parei de usar com tanta frequência!” - @fermaededuas; “Minha filha, muitas vezes dizia ‘solta o celular’ e foi depois de um dia que ela pediu isso e me abraçou que parei de utilizar na frente dela. Estou por inteira” - @maedaafra; “De fato, hoje na era da informação, o celular nos rouba um tempo precioso que poderia estar dedicado a nossos filhos” - @marcoshlacerda. Conclusão: é só olhar ao redor!
Celular e o sono
Crianças que não dormem, dormem mal, dormem pouco ou que não querem dormir são queixas rotineiras nos consultórios de pediatras e neuropediatras. Mas, o que os pais não podem ignorar é o malefício para o sono causado pela exposição à luz emitida por tablets, celulares, computadores e televisão. Para reforçar o lado negro da luz emitida pelos eletrônicos, a Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, realizou uma pesquisa que acaba de ser divulgada na revista Physiological Reports, sobre o impacto da luz brilhante na produção da melatonina, o hormônio que avisa o corpo que é hora de dormir.
Resultado assustador
Uma hora de exposição a qualquer tela que emita a luz brilhante reduz em 88% os níveis da melatonina e o efeito pode durar até 50 minutos após a retirada do eletrônico. Com estes resultados, é preciso repensar os hábitos da família e a rotina da noite. “A recomendação é evitar ao máximo deixar a criança ficar vendo TV ou usar os outros eletrônicos depois que o sol se põe. Além disso, o uso dos eletrônicos não é recomendado para crianças menores de dois anos e, para as maiores, não deve ultrapassar uma hora por dia”, reforça Karina.
Doutores nas suas escolhas
Sorrir é uma virtude de poucos nos dias atuais, nestes tempos de luta incessante pela felicidade ilusória, na qual se vive de futuro e se esquece o presente. Apenas o amanhã importa e, assim, a vida se escapa, como um punhado de areia fina entre dedos abertos... A cada novo amanhecer, o foco ainda será o dia seguinte!
Quando olho para meus filhos, eu vejo vida, aquela de uma geração renovada, que tem a chance de fazer diferente, de se contentar com o pouco em bens materiais, mas que viverá para preservação de um espírito grato pelos benefícios divinos recebidos diariamente...
Investimos em um novo perfil de seres humanos, aqueles que vão aos templos rezar, mas que exercitam na prática sua doutrina. Homens e mulheres mais humildes, defensores da família, que respeitem a si e ao próximo, e sejam firmes no amor e fidelidade a Deus...
Queremos sim que se tornem doutores nas suas escolhas e artes, mas que acima de qualquer coisa, estejam dotados da ética, da solidariedade, da gentileza, da cidadania, do respeito, da fé e do amor...
Quando olharem para si, não estarão tão à procura, pois o hoje lhes bastará e a felicidade não será mais um sentimento a se buscar, pois terá se tornado plena.