As vendas do comércio varejista na região de Presidente Prudente atingiram R$ 16,7 bilhões em 2023, uma alta de 3,8% em relação ao ano anterior. É o maior faturamento desde o início da série histórica, em 2008. Relativamente tímido, esse aumento ocorreu sobre uma base forte de comparação, já que havia crescido 9,6% em 2021 e 9,2% no ano seguinte.
Os dados são da PCCV (Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista), elaborada mensalmente pela Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) com base nas informações da Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo).
Das nove atividades analisadas, seis registraram crescimento e três delas alcançaram a maior receita da história — autopeças e acessórios; farmácias e perfumarias; e supermercados (com maior montante). Por outro lado, três segmentos sofreram queda nas vendas em relação a 2022. Nos casos do grupo de outras atividades, em que predomina a venda de combustíveis, com um recuo de 3%, e do varejo de materiais de construção, com um faturamento 8,1% menor, os desempenhos negativos em 2023 podem ser atribuídos à base forte de comparação, já que, no ano anterior, essas atividades bateram recorde de vendas, de modo que seja natural ocorrer esse ajuste. As lojas de móveis e decoração apresentaram queda de 11,6% no faturamento.
Em dezembro do ano passado, o estudo da Fecomércio-SP apontou que o faturamento mensal do varejo na região de Presidente Prudente também foi o maior da história, atingindo R$ 1,6 bilhão. Esse montante representou um aumento de 1,9% em comparação ao mesmo período de 2022.
Cinco das nove atividades pesquisadas apontaram crescimento em relação a dezembro de 2022, com destaque para as lojas de vestuário, tecidos e calçados, cujo faturamento avançou 35,5%, e para as farmácias e perfumarias, com alta de 9,2%.
Na visão da Fecomércio-SP, de maneira geral, os resultados positivos do varejo em 2023 foram motivados, principalmente, pela geração de empregos com carteira assinada.
"São vários os fatores que contribuíram para esse resultado. O primeiro a destacar é o aumento na geração de empregos em 2023, influenciando nas condições de consumo, com o décimo terceiro salário, por exemplo. Apesar de a primeira parcela do pagamento geralmente ser direcionada para o pagamento de contas, o restante é injetado no comércio", comentou Vitalino Crellis, presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Presidente Prudente e Região) e diretor da Fecomércio-SP.
Para se ter uma ideia, em âmbito nacional, a taxa de desemprego fechou o ano em 7,8%, menor patamar desde 2014. Além disso, quase 1,5 milhão de empregos formais foram gerados no Brasil — cerca de 390 mil só no Estado de São Paulo.
Outro fator que contribuiu foi a desaceleração inflacionária, principalmente sobre o grupo de alimentação e bebidas, que tem grande peso no orçamento familiar. Além disso, houve o início do ciclo de redução da taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), que gerou efeitos positivos sobre o poder de compra das famílias e sobre a confiança dos consumidores.
"Também vale destacar principalmente o empenho dos comerciantes para superar os obstáculos e atrair os consumidores, se adaptando e implementando novas formas de atendimento e campanhas e buscando melhorias contínuas para seu negócio”, pontua o presidente.