O comércio de carne bovina se mantém na média normal, em Presidente Prudente, mesmo em tempos de Quaresma e após a Operação Carne Fraca, desencadeada pela Polícia Federal neste mês, que constatou uma série de irregularidades no processamento e armazenamento de produtos de origem animal nos maiores frigoríficos e produtores do país. Segundo Jesuíno de Paiva Cavalcante, presidente da Acovapp (Associação do Comércio Varejista de Carnes de Prudente e Região), as vendas nos açougues não foram comprometidas, somente as carnes embaladas vendidas nos supermercados é que não tem tido saída. "Há alguns anos notávamos queda nesta temporada religiosa, mas isso não tem surtido efeito atualmente. A tradição não tem sido seguida como antes. Haverá uma queda somente na Semana Santa, com a aproximação da Páscoa, quando as pessoas deverão trocar a carne bovina por peixe", comenta.
População tem preferido peças com cortes feitos na hora
A Acovapp não chegou a fazer um levantamento sobre a queda das carnes embaladas, mas Jesuíno diz que os consumidores ainda estão receosos em arriscar, porque perderam a confiança, em virtude dos "escândalos" descobertos na operação da Polícia Federal. Ele acredita que isso deverá passar futuramente, "quando as pessoas esquecerem".
Já nas casas de carnes, mesmo nos açougues dos supermercados, o movimento não tem alteração. "Neste caso, as peças são cortadas na hora, na frente dos clientes, e, muitas vezes, o produto ainda é fresco", explica Jesuíno.
A subgerente do Supermercado Estrela, da unidade do Parque São Judas, Laira Macedo, diz que não sentiu diferença. "As filas do nosso açougue continuam as mesas, e nos dias promocionais, são maiores, ainda", relata. Já sobre as peças embaladas, ela comenta que sua unidade trabalha com pouca quantidade, e por isso, não chegou a notar diferença.
Já nos Supermercados Nagai, as peças embaladas tiveram queda de 10%, enquanto o movimento do açougue também não teve alteração e continua com fluxo normal de clientes. Na Casa de Carnes Nelore Premium, a situação não foi diferente. "Logo quando estourou a notícia, vendemos mais que o comum, porque as pessoas optaram pela carne fresca e evitaram as embaladas e processadas. Agora, as coisas voltaram ao normal, mas as vendas não caíram em relação aos dias comuns", comenta o proprietário do estabelecimento, Adriano Marcelo de Oliveira.
ICMS
Uma preocupação do setor, no momento, é o aumento do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) em 11,5%, anunciado no fim de março, que, segundo a Acovapp, fará subir o preço da carne em cerca de 4% (por quilo) para os consumidores.