Foi entregue ao prefeito de Presidente Prudente, Nelson Roberto Bugalho (PTB), um diagnóstico realizado pelos alunos da Toledo Prudente Centro Universitário, que trata das demandas sociais e de segurança pública do município. O trabalho foi desenvolvido pelo sétimo termo do curso de Serviço Social, que elencou quatro principais prioridades e propostas para as situações analisadas, como violência no trânsito, drogas e álcool, roubos, estupros e abandono familiar. As propostas são, em suma: trabalho direcionado aos usuários de drogas, mas também de prevenção do vício; trabalho à violência contra a mulher e pessoas vulneráveis; investimentos sociais; e medidas de educação no trânsito. “Este trabalho é de extrema importância para nós enquanto pesquisadores, mas também a toda sociedade, já que temos propostas de intervenção que podem melhorar todo esse cenário, se aproveitadas de forma correta”, informa a coordenadora da pesquisa, Silvana Batista.
O encontro que entregou o trabalho, intitulado de “Diagnóstico social da segurança pública no município de Presidente Prudente para apresentação ao Codepp e intervenção do governo municipal”, ocorreu na noite de segunda-feira e foi realizado pela Câmara de Assuntos de Segurança e Assuntos Comunitários, do Codepp (Conselho de Desenvolvimento de Presidente Prudente). Na ocasião, foram apresentados os dados retirados de fontes oficiais, como a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que retratam, por exemplo, os homicídios em Presidente Prudente ocorridos entre 2016 e 2017, que computaram o total de 49 casos, mas também os 5.920 furtos registrados no mesmo período. Há ainda os dados que retratam os estupros na cidade, que foram 88 casos, sendo 52 deles em 2016 e 36 em 2017, mas também de estupro de vulneráveis, que passou de oito casos no primeiro ano analisado para 28 no ano passado.
“Foi a partir dos trabalhos da Câmara que surgiu a ideia e a necessidade de um diagnóstico para todas as informações que seriam analisadas. Foi então que os alunos do curso de Serviço Social entraram em ação e analisaram os relatórios das diversas fontes, como polícias Civil e Militar, Promotorias e Defensoria Pública. É um estudo importante, amplo, e que teve início em novembro do ano passado e contou com a sistematização iniciada em março deste ano”, ressalta a coordenadora. Ela lembra ainda que o estudo possibilita aproximação acadêmica com a realidade social, bem como a capacidade do aluno de identificar as vulnerabilidades e ameaças.
Desta forma, quatro foram as prioridades apresentadas ao município para que um trabalho seja realizado (veja o box). O impacto esperado, conforme o estudo, é o de transformação social, através da diminuição do número de “drogadição”, violência e acidentes de trânsito, bem como a implantação e ampliação dos serviços públicos, principalmente nas regiões que apresentam maior vulnerabilidade e riscos sociais.
Conforme a Prefeitura, Bugalho alega que o relatório será analisado pela administração, e as informações serão utilizadas como uma consulta para elaborar as políticas públicas voltadas à área social e de segurança.
“Vivenciamos estes problemas”
A estudante do sétimo termo do curso de Serviços Sociais, Flaviani Pastorim, afirma que este é um tema importante para ela como aluna, mas também como cidadã, visto que é preciso apresentar para as autoridades a realidade local. “Nós, como pagadores de impostos, principalmente, possuímos necessidades e queremos ver a evolução social. Vivenciamos o dia a dia destes problemas, que nem sempre são vistos com os mesmos olhos que as autoridades”, ressalta.
A estudante lembra que de tudo o que foi analisado, o tema ligado às drogas foi o que mais chamou a atenção, por envolver condições de pessoas que moram nas ruas e que, de certa forma, envolve as demais áreas estudadas. “Tudo tem uma solução, desde que seja tratado do modo que deve ser e com a atenção devida. Por isso o planejamento, os estudos e a nossa atenção ao tema. Estamos esperançosos com os resultados, que podem não ser imediatos, mas fundamentais”, comenta.
PRIORIDADES APRESENTADAS AO MUNICÍPIO
- Trabalhar a questão das drogas (lícitas e ilícitas) em Presidente Prudente, não só o tratamento para aqueles que já estão em situação de vício, mas também um trabalho de prevenção com toda população e ter um olhar especial para os bairros considerados mais vulneráveis aos riscos sociais;
- Abordar a questão da violência contra a mulher e pessoas consideradas vulneráveis - menores de 14 anos de idade, enfermas ou com deficiência mental -, com um enfoque especial para as violências sexuais, visando à participação e colaboração de toda a população e órgãos;
- Investimento social em educação, lazer, cultura, esporte, saúde, principalmente nos bairros da periferia da cidade onde os índices de violência, de envolvimento com o crime e as drogas são consideravelmente mais altos, justamente pela insuficiência de investimento social;
- Educação no trânsito e medidas simples que poderiam evitar vários acidentes, tais como: adequação do sistema viário, melhoria na sinalização, iluminação urbana e podas de árvores, entre outras.
Fonte: Toledo Prudente Centro Universitário