O abate de bovinos registrou alta de 15,2% em 2024, chegando ao recorde de 39,7 milhões de cabeças (5,17 milhões a mais do que em 2023), segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O levantamento indica que a maior oferta de bovinos foi relacionada ao maior abate de fêmeas, que atingiu 16,9 milhões de cabeças, com aumento de 19% em comparação ao ano de 2023, impulsionado por uma fase de baixa do ciclo pecuário, onde a seca e baixa nos preços dos bezerros foram alguns dos motivos para esse crescimento do abate de fêmeas.
A expectativa do mercado é que tudo volte ao equilíbrio neste ano de 2025, já que devido ao forte abate de fêmeas, terão menos ofertas de bezerros, com isso os preços sobem e tem uma retenção de fêmeas para produzir esses bovinos.
Mais números
Nesse cenário, é possível afirmar que a raça Nelore teve importante participação no recorde do abate e, consequentemente, na produção de carne. Conforme o livro "ACNB, 70 anos a serviço da raça Nelore", 80% do rebanho de corte brasileiro é "reconhecido como de sangue Nelore, incluindo Puros de Origem (PO) e de CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção) – cujos registros são controlados –, além de comercial e anelorados – que não necessariamente possuem registro". (Por Gabriela Carvalho, da Texto Comunicação Corporativa)
“Tecnologia é o caminho para o aumento da produtividade na pecuária”, diz Tamires Neto
A aplicação massiva de tecnologia em todas as etapas da pecuária é essencial, não apenas pela escassez de mão de obra, mas também pela busca contínua por eficiência e rentabilidade. Essa é uma das principais conclusões de Tamires Miranda Neto, gerente de pecuária da Agro-Pecuária CFM – uma das maiores fornecedoras de touros Nelore do Brasil – após realizar tour técnico pelos Estados Unidos, visitando propriedades dedicadas ao melhoramento genético da pecuária de corte, empresas de genética, eventos e instituições do setor.
“Este intercâmbio de informações e experiências é extremamente enriquecedor – tanto para os profissionais quanto para os negócios. Afinal, foi durante o primeiro tour técnico da CFM aos EUA, em 1999, que criamos o inovador Megaleilão CFM, revolucionando o modelo brasileiro de comercialização de reprodutores. Vinte e seis anos depois, retornamos aos EUA para uma nova jornada de aprendizado”, comenta Neto.
O objetivo desta viagem foi mais amplo do que apenas observar possíveis adaptações ao modelo de negociação adotado no Brasil. A intenção foi colher o máximo de informações sobre a produção em fazendas de cria, recria e engorda em um país referência mundial em produtividade. Durante o período, foram percorridos 7.355 quilômetros, visitando nove estados e 11 locais, incluindo criatórios renomados, centrais de reprodução e a American Angus Association.
“É claro que nem tudo o que vimos pode ser aplicado diretamente à nossa realidade, devido às diferenças climáticas, à disponibilidade de tecnologia e a aspectos culturais. Porém, uma das observações mais marcantes foi a grande valorização do touro como melhorador nos EUA. A demanda por reprodutores é alta, tanto pelo profissionalismo do pecuarista americano, que entende a importância da genética para melhorar resultados, quanto pela baixa taxa de inseminação artificial nas fêmeas, provavelmente devido à escassez de mão de obra”, destaca Neto. (Por Fernanda Souza, da Texto Comunicação Corporativa)
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Gerente de pecuária da CFM, Tamires Miranda Neto, realizou tour técnico pelos Estados Unidos