O novo titular da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica), o engenheiro agrônomo João Brunelli Junior, esteve em Presidente Prudente, na manhã de ontem, no Centro Cultural Matarazzo, para apresentar uma nova proposta de trabalho para o desenvolvimento da agricultura paulista, com vistas a fortalecer quatro cadeias produtivas: a pecuária do leite, a olericultura, a fruticultura e a piscicultura. O coordenador aponta que, entre elas, a que mais se destaca em Presidente Prudente é a do leite. "O Pontal do Paranapanema tem a maior bacia leiteira em número de produtores, por isso, essa é uma das regiões prioritárias para o trabalho da Cati", expõe.
Encontro na manhã de ontem tratou sobre nova visão e sistemática de trabalho da Cati
Por ser um órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, a Cati é, nas palavras de João Brunelli, o corpo que entende as necessidades dos produtores. Desta forma, é preciso fomentar o levantamento de informações a fim de identificar e conhecer a realidade das propriedades rurais, tudo isso em parceria com a defesa agropecuária e a pesquisa. "Com isso em mãos, vamos ser capazes de diagnosticar soluções para agregar valor na matéria-prima e reverter em renda aos produtores", denota. Para tal, João Brunelli salienta que o trabalho da Cati deve ser focalizado em dois projetos em andamento, o Microbacias II e o Lupa (Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária).
O Microbacias II busca oferecer aos agricultores familiares organizados em associações e cooperativas do Estado o acesso ao mercado, intensificando as oportunidades de emprego e renda e a conservação dos recursos naturais, enquanto o Lupa é um censo que demonstra o quadro da agropecuária paulista em seus mais variados aspectos. Conforme o coordenador, o Estado de São Paulo conta, segundo o último levantamento, com mais de 40 mil propriedades rurais, sendo 13 mil somente na região de Presidente Prudente, números que deverão ser atualizados.
O diretor presidente da Apar (Associação de Produtores Assentados da Rodeio em Presidente Bernardes), Claudecir Adriano da Silva, é um dos produtores que serão contemplados com os benefícios do projeto Microbacias II. Ele conta que a associação deve viabilizar até julho uma estrutura de "packing house", com o objetivo de fazer chegar ao mercado hortaliças, frutas e legumes já lavados, higienizados e devidamente cortados. Atualmente, os assentados trabalham com o método in natura, ou seja, os alimentos são repassados nas mesmas condições em que são colhidos.
Conforme explica o representante da Apar, o processo de "packing house" qualifica o processo de produção e disponibiliza o produto já pronto para o consumo. "É uma grande vantagem para as pessoas que correm contra o tempo, porque elas não precisam mais cortar o alimento, basta colocar na panela", observa. "Além disso, uma vez que a lei determina que pelo menos 30% do valor repassado para a alimentação escolar deve ser empregado na compra de alimentos vindos da agricultura familiar, isso vai facilitar que os nossos produtos não só cheguem nos mercados tradicionais como governamentais", completa.