Com maior incidência em homens, calvície afeta autoestima

Com tendência em aparecer na pós-adolescência, fase da vida em que os casos mais se revelam, o problema não tem reversão, mas há tratamento

PRUDENTE - JANAÍNA TAVARES

Data 15/06/2018
Horário 06:01
José Reis - Médico explica que diagnóstico profissional é essencial
José Reis - Médico explica que diagnóstico profissional é essencial

De forma progressiva e lenta, a calvície, conhecida no âmbito científico como alopecia androgenética, é uma das reclamações que mais afetam a autoestima dos homens, público mais atingido com a perda gradual dos fios de cabelo. A comunidade masculina é mais suscetível a ter essa condição, devido ao alto índice do hormônio testosterona no organismo e também pela herança genética, conforme o dermatologista Murilo de Oliveira Lima Carapeba.

“Apesar de algumas mulheres passarem pela mesma situação, os homens têm este problema com maior intensidade devido aos receptores de subprodutos da testosterona que se encontram, principalmente, no couro cabeludo, e entre outros fatores hormonais”, explica o especialista. Com tendência em aparecer na pós-adolescência, fase da vida em que os casos mais se revelam, a calvície não tem reversão, entretanto, segundo Murilo, ela pode ser estabilizada por meio de medicações leves e tratamentos mais invasivos.

“O homem que não quer arriscar ou gastar muito, procura pelo uso de medicamentos tópicos e orais que não precisam de prescrição médica, enquanto alguns buscam soluções através de injeções aplicadas diretamente no couro cabeludo e procedimentos de intradermoterapia, por exemplo”, esclarece o dermatologista.

Entretanto, o acompanhamento médico, de acordo com Murilo, “é indispensável tanto para fazer o diagnóstico correto quanto para o bom uso dos medicamentos”. “O cabelo é um dos principais cartões de visita do rosto hoje em dia”, diz. Ele destaca ainda a importância do comprometimento e paciência que o homem deve ter em relação ao tratamento. Porém, se existem opções mais “em conta” de tratar a calvície, também há a possibilidade de realizar o transplante capilar.

O procedimento cirúrgico, que consiste em transferir folículos capilares de uma área específica para outras partes que possuem as famosas “falhas de cabelo”, é um tratamento mais caro e radical, de acordo com a esteticista Joandele Cristina da Silva Barcelo. “Apesar dos altos valores, o procedimento consegue oferecer opções variadas, como, por exemplo, o tratamento com células-tronco”, comenta.

Como lidar?

“A representatividade do cabelo está diretamente ligada ao emocional e fator social do homem, o que pode acarretar na falta de autoestima, autoconhecimento e levar a casos mais graves, como transtornos psicossociais”, pontua Joandele. Além deste fator, a esteticista fala que, de acordo com pesquisas nacionais, a calvície aumentou 20% na população brasileira, o que pode ter refletido na região de Presidente Prudente.

Por ter relação com herança genética, há três anos o empresário Rafael Borges, 35 anos, sofre com a perda gradual dos cabelos que surgiu de forma silenciosa. No começo, ele confessa que tratou de forma própria o problema. “Inicialmente, sempre buscava algum produto que prometia melhorar a calvície, mas percebi que precisava de uma orientação médica e de um diagnóstico correto”, conta.

Depois que iniciou o tratamento com um profissional há dois anos, Rafael relata que o volume de cabelo aumentou, porém, os poucos fios ainda podem ser notados. “Faço procedimentos alternativos que são mais baratos por meio de uso de vitaminas e medicamentos orais, porque meu objetivo não é fazer o transplante capilar, que é considerado mais agressivo”, ressalva o empresário, e comenta também a importância do cabelo em sua vida. “Como sou vaidoso, ele é essencial. Então, não queria ficar ‘pra baixo’ com o que aconteceu, pois tento melhorar sempre que posso”, expõe.

 

 

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