Desde o início da pandemia de Covid-19, Presidente Prudente tem 182.982 notificações da doença, sendo 117.676 negativas, 62.579 positivas e 1.037 mortes. Atualmente, 22 moradores estão hospitalizados por conta da Covid-19, sendo três em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). Além disso, 263 exames aguardam resultados por parte dos laboratórios e 2.727 esperam encerramento de fichas no sistema. Com aumento de casos da doença nas últimas semanas, a demanda em algumas farmácias e drogarias por autotestes para Covid-19 também cresceu no município.
De 10 estabelecimentos consultados pela reportagem, grande parte passou a comercializar por volta de um mês atrás os kits de autotestagem, aprovados no início de março pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O cenário na Drogaria Total, próxima ao HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, condiz com este contexto. Segundo uma das funcionárias da drogaria, a procura pelo autoteste é grande desde que o estabelecimento começou a comercializar o Autoteste G-Tech há cerca de 25 dias. “A gente comprou para fazer um teste para ver se ia vender ou não. Então, começou a sair e precisamos repor o estoque”, relata a funcionária, que prefere não se identificar. Por lá, o Autoteste G-Tech é vendido por R$ 49,90.
Na Farmácia Santa Catarina, unidade da Rua Doutor Gurgel, a demanda pelos autotestes da Covid também está alta. A farmácia comercializa os testes de triagem da G-Tech, da Polimix e da Novel CPMH desde março, no entanto, indica que há cerca de um mês houve um aumento das vendas. Segundo o estabelecimento, semanalmente, são vendidos cerca de 10 kits. Bem como na Drogaria Total, os autotestes das três marcas citadas são comercializados pelo mesmo valor, R$ 49,90.
“Falar que está em uma alta procura, eu diria que não, porém, às vezes, a pessoa que está com um resfriado e vê o teste exposto acaba levando”, relata um dos funcionários da Farma Nova, no Jardim Bongiovani. Segundo ele, a farmácia passou a comercializar o kit da Polimix, por R$ 39,90, há cerca de 30 dias e, neste período apenas seis autotestes foram vendidos. “Acredito que pelo fato de a farmácia estar circulada por drogarias de rede aqui no bairro, às vezes a pessoa do bairro vai direto nestas redes”, especula o funcionário sobre a baixa demanda por autotestes de Covid-19 no estabelecimento.
“Tem procura, mas não é tanta, não. Tem semana que eu vendo de quatro a meia dúzia”, confidencia um funcionário da Drogaria União, no Jardim Tropical. Por lá, o estabelecimento comercializa o Autoteste G-Tech e da Polimix por R$ 45,90. “Como é uma farmácia de bairro e a gente não realiza o teste no local, aconselhamos o cliente, que fica inseguro com autoteste, a fazer o teste na UPA [Unidade de Pronto Atendimento] do Ana Jacinta”, conta.
O médico infectologista Luiz Euribel Prestes Carneiro avalia que a realização de autotestes para Covid-19 já é uma prática mundial há vários meses e se popularizou no Brasil recentemente. “Uma vez que o teste seja colhido corretamente, sua execução é fácil e não há dúvidas quanto sua interpretação”, relata o médico.
O infectologista coloca na balança os pontos negativos e positivos da autorrealização destes testes. Segundo Euribel, para que não ocorra prejuízos ao sistema de informação que busca dimensionar a situação da pandemia no país, a orientação é que, caso o autoteste dê positivo, a pessoa deverá repeti-lo em laboratório para confirmação do resultado e para que o caso seja notificado junto ao Ministério da Saúde. “Indivíduos em que o autoteste seja positivo e não confirmam laboratorialmente ficam fora das estatísticas, causando grande prejuízo ao sistema de informação. Sem a notificação não temos a real dimensão da pandemia para Covid-19”, avalia o médico.
Para ele, o autoteste é particularmente útil para aquelas pessoas que irão visitar parentes, viajar, participar de congressos ou eventos científicos e querem ter alguma segurança que não estão infectados.
“Os testes rápidos são fáceis de executar e têm alto valor preditivo negativo, ou seja, são bons para excluir a doença. Caso o teste rápido para hepatite B, hepatite C, sífilis ou HIV resultem positivo, devem ser confirmados por outros testes com maior especificidade. Os testes citados acima são feitos em unidades básica de saúde e o material colhido é o sangue, pesquisam anticorpos contra a doença. A grande novidade dos testes rápidos para Covid-19, dengue e para o vírus da influenza é que é pesquisado o próprio vírus, e não o anticorpo contra o vírus. Hoje é possível fazer ao mesmo tempo a pesquisa do vírus para influenza e Covid-19”, expõe o médico infectologista Luiz Euribel Prestes Carneiro sobre a realização de autotestes e características dos testes rápidos para Covid-19, dengue e para o vírus da influenza.
Foto: Arquivo
“Uma vez que o teste seja colhido corretamente, sua execução é fácil e não há dúvidas quanto sua interpretação”, diz Luiz Euribel
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