O DRS-11 (Departamento Regional de Saúde) enviou um comunicado a 45 cidades da região de Presidente Prudente alertando sobre a falta de médicos especialistas em obstetrícia e ginecologia no Hospital e Maternidade Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira, em Prudente.
O alerta de desassistência médica foi feito, inicialmente, no dia 13 de junho por meio de ofício assinado pela diretora técnica de saúde do HE, Christiane Hirata, encaminhado ao DRS-11. No documento, é indicado que a escassez de profissionais levou à adoção de medidas emergenciais, como a criação de um cronograma com horários limitados para consultas ao longo deste mês na unidade.
Conforme o ofício, o hospital está priorizando apenas casos de urgência, porque, atualmente, apenas um médico atende ao Departamento de Obstetrícia e Ginecologia.
Em comunicado à reportagem de O Imparcial, a SES (Secretaria Estadual da Saúde) informou que está tomando providências para a contratação emergencial de profissionais e que a situação deverá ser regularizada até o final de junho. “Todas as pacientes que dão entrada na unidade via pronto-socorro ou ambulatório estão sendo atendidas e, quando necessário, de forma pontual e sob demanda, haverá encaminhamento para o Hospital Regional [Doutor Domingos Leonardo Cerávolo] de Presidente Prudente ou para unidades da região via Cross [Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde]”, informa a pasta estadual de Saúde.
Enquanto isso, segundo a SES, um ofício foi enviado solicitando que os municípios encaminhem ao hospital somente os casos de emergência.
O secretário de Saúde de Prudente, Breno Luis Erbella Casari, relatou que na atenção básica do SUS (Sistema Único de Saúde) e na saúde da Secretaria de Saúde Municipal, existem ginecologistas responsáveis por exames de pré-natal e que, além disso, o município conta com 25 equipes de ESF (Estratégia de Saúde da Família) que acompanham as gestantes durante todo o processo de gravidez. “Logicamente, a gente não tem no município serviço de parto, de cirurgia de cesárea”, complementou Casari, ao ressaltar que o município não oferece serviços de parto ou cirurgia de cesárea.
Ele indica que, diante da situação no Hospital Estadual, a cidade se reorganizou e solicitou que os médicos locais encaminhem apenas os casos mais urgentes, a fim de aliviar a sobrecarga no Hospital Regional, que é o único realizando esse tipo de procedimento.
Na quarta-feira, a Câmara Municipal de Presidente Prudente, por meio de requerimento do vereador Demerson da Saúde (PSB), encaminhou ofício ao Ministério Público de São Paulo e ao Governo do Estado questionando sobre as providências a serem tomadas sobre “alguns contratados de prestação de serviços que estão vencidos ou próximos de vencer, principalmente no que tange às contratações de servidores no HE”.
O vereador alertou que, se a situação de desassistência médica em obstetrícia e ginecologia perdurar, “a unidade corre risco de fechar”.