Com 550.060t, tilápia já representa 63,93% da produção de peixes de cultivo no Brasil 

Cristiano Machado

COLUNA - Cristiano Machado

Data 02/03/2023
Horário 08:09
Foto: Divulgação/Texto Comunicação 
Brasil é hoje o quarto maior produtor mundial de tilápia, posição que pode mudar em breve
Brasil é hoje o quarto maior produtor mundial de tilápia, posição que pode mudar em breve

A tilápia continua a ser o peixe mais cultivado na pis¬cicultura brasileira. No ano passado, foram produzi¬das 550.060 toneladas, volume que representa 63,93% da produção nacional e aumento de 3% sobre as 534.005 toneladas de 2021. A jul¬gar pelas demandas interna e global, a tendência é a expansão continuar, e até se intensificar, nos próximos anos. Os dados constam no levanta¬mento exclusivo realizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), no Anuário da Piscicultura lançado nesta semana, em São Paulo.
O Brasil é hoje o quarto maior produtor mundial de tilápia, posição que pode mudar em breve. “Acreditamos que nos pró¬ximos três ou quatro anos devemos estar próximos do terceiro lugar nesse ranking”, afirmou o presidente da Peixe BR, Fran¬cisco Medeiros. 
Além da maior procura por parte dos consumidores nacionais, a tilápia responde por 98% das exportações brasileiras de peixes de cultivo, atendendo sobretudo os Estados Unidos. 

Os Estados 
O Estado brasileiro que mais produz tilápia é o Paraná, com mais de 34% do volume total. Em 2022, os paranaenses cultiva¬ram 187.800 toneladas da espécie, 3,2% a mais do que no ano anterior. Com isso, a Região Sul aparece bem na frente nesse ranking, com 239.300 toneladas (43,5%). A segunda posição no cultivo nacional de tilápia é de São Paulo. Os paulistas produziram 77.300 toneladas em 2022, com aumento de 1,5% sobre o volume de 2021. O Sudeste, que tem ainda o terceiro (Minas Gerais) e o nono (Es-pírito Santo) Estados dessa lista, responde por 27,1% da pro¬dução total da espécie, com 149.100 toneladas. 
Com três Estados entre os dez maiores produtores – Pernambuco, Bahia e Alagoas –, o Nordeste chegou a 100.320 toneladas, a ter¬ceira posição por região, e teve crescimento de 5,2% sobre 2021. 
O Centro-Oeste, que tem Mato Grosso do Sul como tercei¬ro maior produtor por Estado, apresentou queda de 3,2% no geral: passou de 61.650 toneladas em 2021 para 59.650 tone¬ladas em 2022. Esse quadro deve ser revertido em 2023 com a expansão da produção das novas empresas do setor que estão investindo na região. (Da Texto Comunicação)

Produção de peixes de cultivo cresce 2,3% em 2022  

A produção brasileira de peixes de culti¬vo chegou a 860.355 toneladas, em 2022, conforme o levanta¬mento exclusivo realizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Esse número representa aumento de 2,3% sobre as 841.005 toneladas produzidas em 2021. 
Desde que a Peixe BR oficializou essas estatísticas, em 2014, a evolução da produção de peixes de cultivo já chegou a 48,6%. É um acréscimo de 281.555 toneladas em nove anos. E essa multiplicação não tem milagres. 
Todo esse avanço é resultado do aprimoramento constante de toda a cadeia produtiva e da intensa dedicação da Peixe BR para esti¬mular, por todo o País, não só o cultivo sustentável – do ponto de vista econômico, ambiental e social – dessa proteína, como o consumo. 
O ano foi bastante atípico, com um primeiro semestre de preços baixos pagos ao produtor. Essa condição levou à redução do alojamento e, por consequência, também da oferta de peixes na segunda metade de 2022. A partir daí, ocorreu aumento de preços pagos ao produtor. Entre agosto e dezembro houve a maior série histórica dessa elevação, com aumentos semanais, de acordo com levantamento do Cepea.
A elevação do custo de produção impactou todas as demais cadeias de proteína de origem animal e não foi diferente com a piscicultura. “Esse foi um dos principais desafios do setor, pois acabou influenciando os preços da ração, que representa o maior custo da piscicultura”, afirma o presidente-executivo da Peixe BR, Francisco Medeiros. 
O dirigente acrescenta que o cenário ainda foi intensificado pela perda do poder aquisitivo de parte da população. “A solução foi melhorar a gestão dos negócios em toda a cadeia pro¬dutiva, oferecendo novos itens ao consumidor final e ampliando os canais de venda”, disse Medeiros. 
Com a melhoria dos preços pagos ao produtor no segundo se¬mestre, houve uma corrida por alevinos e juvenis de tilápia. O mercado não conseguiu atender a essa demanda durante todo o segundo semestre, já projetando uma grande produção para 2023. Segundo o presidente da Peixe BR, o Brasil tem neste momento as melhores condições do mundo para continu¬ar e aumentar sua produção. 
No cenário do mercado de peixes nativos, após um longo perío¬do de queda de produção houve estabilização com pequeno crescimento. Esse resultado é bastante significativo, mesmo diante de todos os desafios que o setor enfrenta, desde sanidade, legalização da produção, industrialização e ampliação de novos mercados. 
Apesar desse aumento, o produtor continua com menor remu¬neração, o que levou a uma baixa procura por alevinos para reposição do alojamento no último trimestre de 2022. A Qua¬resma de 2023 é o período que vai definir o futuro do negócio de peixes nativos. Se houver recomposição de preços pa¬gos ao produtor poderá ocorrer retomada da produção no Brasil. Porém, sem a solução para os principais gargalos do setor o risco continua. 
Medeiros destaca que a piscicultura brasileira, gerida de maneira profissional como tem sido feito, tem muito potencial de crescimento. “Está apenas co¬meçando no Brasil. E temos aí três décadas seguidas de crescimen¬to”, afirmou. Grande expectativa vem também do espaço que o peixe produzido por aqui pode ocupar no mercado internacional. Em 2023, o Brasil exportou 8,5 mil toneladas, com receita de US$ 23,8 milhões. Houve elevação do faturamento em 15%, porém recuo do volume (-13%).
A presença internacional ainda é pequena, mas pode crescer com mais ve¬locidade. Segundo Medeiros, a abertura de mercado para pro¬dutos congelados, como a tilápia em filé ou inteira, já tem feito a diferença. “Já estão entre nossos principais itens de exportação.”
A tilápia, aliás, continua a ser o destaque dos peixes de cultivo e teve aumento de 3% na produção nacional quando se compara as 550.060 toneladas de 2022 às 534.005 toneladas de 2021. Os peixes nativos também avançaram (1,8%) nessa mesma compa¬ração, passando de 262.370 toneladas para 267.060 toneladas. As outras espécies (carpas, trutas e pangasius) somaram 43.235 toneladas, com queda de 3% sobre as 44.585 produzidas no ano anterior.
Os índices de expansão da piscicultura como um todo podem ser ainda mais relevantes nos próximos anos conforme aumentar também a segurança jurídica para produção de pescado de cultivo, com ampliação da libera¬ção de uso das águas da União e com mais programas governa¬mentais que estimulem o setor. 
A Peixe BR mantém um trabalho intenso para que isso aconteça. A entidade já se aproximou do novo ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, para mostrar a realidade da piscicultura brasileira e onde ela pode chegar. E o quanto o trabalho conjunto pode nutrir esse avanço. (Da Texto Comunicação)

Texto Comunicação\Divulgação

Peixe BR divulgou nesta semana dados exclusivos sobre o setor no Brasil 

Retomada da produção de peixes nativos é outra boa notícia para a atividade

A produção de peixes nativos retomou a rota de cresci¬mento. No ano passado, o volume chegou a 267.060 toneladas, o que representa avanço de 1,8% sobre as 262.370 toneladas registradas em 2021. Um dos fatores responsá¬veis por esse aumento é a inserção desses peixes em mais projetos que visam ampliar as opções da piscicultura brasileira. A partici¬pação dos nativos na produção total do Brasil foi de 31,04%. 
A maior parte da criação das espécies nativas está na Região Norte (53,7%), que produziu 143.500 toneladas em 2022. Na comparação com o ano anterior, o desempenho ficou praticamente estável, com redução de 0,2%. A Região Nordeste somou 56.580 toneladas e registrou crescimento de 5,4% na relação ano contra ano. Comple¬tando a concentração da produção de nativos está a Região Sudeste, com 49.100 toneladas e redução de 0,3% entre 2022 e 2021. 
Entre os Estados, a liderança na produção de peixes nativos é de Rondônia, com 57.200 toneladas. Na sequência, uma mudan¬ça entre a segunda e a terceira posições em relação aos dados de 2021: Maranhão (39.100 t) superou Mato Grosso (38.000 t). O quarto e o quinto nessa lista são, respectivamente, Pará (24.200 t) e Amazonas (21.300 t). 
“O último trimestre de 2022, período de início das compras de ale¬vinos para a safra de 2023, foi um pouco mais fraco em relação ao ano anterior, principalmente devido ao baixo preço pago ao produtor. Po¬rém, uma boa Semana Santa em 2023 pode reverter esse quadro de baixa procura e retomar as compra”, explica Francisco Medeiros. (Da Texto Comunicação)

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