Codornas, perdizes e vaga-lumes

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor do palhaço e contra as palhaçadas fora do circo

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 04/07/2024
Horário 05:30

Longe vão os tempos em que as codornas e as perdizes eram vistas com frequência nos pastos e no acostamento das estradas. Eram muitas, se bem me lembro. Volta e meia as avezinhas saíam dos pastos, entravam no acostamento e atravessavam as estradas.
De repente, não mais que de repente, como diz o verso do poeta Vinicius de Moraes, as codornas e as perdizes sumiram do mapa, sendo que o mesmo ocorreu com o vaga-lume. Que eu saiba ninguém mais vê vaga-lume dando sopa por aí, ou seja, brilhando na noite parecendo minúsculos discos voadores. O que aconteceu com as duas aves e com o simpático inseto? Não tenho a menor ideia. Nem a maior ideia eu tenho, mas não custa especular. As avezinhas e os vaga-lumes abundavam e quem mora no campo sabe disso. Quem dirige carro, caminhão, trator etc e tal também já deve ter notado a ausência das codorninhas e das perdizes, que saíam dos pastos bem ligeirinhas. Cansei de ver essa cena nas estradas, principalmente nas estradas vicinais.
Será que esses animais estão na lista dos bichos em extinção? Não me lembro de ter lido algo a respeito. De qualquer forma, tudo isso é triste. Vai ver as avezinhas foram vítimas de caçadores inescrupulosos, desses que atiram em tudo que se move. 
Também chego a pensar que elas estão sendo afetadas por agrotóxicos, os tais defensivos agrícolas, largamente usados nos canaviais e roças em geral, sem contar as hortas. Não se pode também descartar uma possível contaminação do capim. As pequenas aves comem o capim e batem as penas.
Caçador, agrotóxico e capim contaminado são as três possíveis causas para o sumiço dessas aves, que são uma iguaria na cozinha. Uma codorna assada ou grelhada, sei lá, é um prato muito apreciado. A perdiz, então, nem se fala.  Cozinheiro francês manja um bocado disso.
Portanto, comida de rico, que pobre também comia, mas isso só era possível quando abatia uma codorninha no pasto com estilingue ou com uma espingardinha. Codornas e perdizes "sobrevivem" nas granjas, mas a carne não tem o mesmo sabor das que eram facilmente encontradas no campo.
E o ovo de codorna? Mestre Luiz Gonzaga compôs uma música exaltando o ovo da avezinha e, se entendi direito, o Gonzagão deixa claro que trata-se de um ótimo afrodisíaco. Ou eurodisíaco. Rita Cadillac diria que o ovo de codorna "faz bem para o moral". Qualquer coisa, caro amigo, apele pro Azulzinho ou use um guindaste.

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Minha vida só não dá um romance porque já é um livro aberto.

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