A Usina Cocal apresentou, na tarde desta segunda-feira, o Projeto Mangará, que versa sobre a rota tecnológica do gás biometano na região de Presidente Prudente.
O diálogo ocorreu no Anfiteatro 1 da FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista), campus de Prudente, e reuniu representantes do Cirsop (Conselho Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista), da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e da UEPP (União das Entidades de Presidente Prudente e Região).
De acordo com o diretor comercial de novos produtos da Cocal, André Gustavo Alves, o objetivo da rota tecnológica do biometano é converter os resíduos originados a partir dos processos da cana-de-açúcar para geração de gás biometano de maneira sustentável e limpa. O prazo de implementação do projeto na região é de 15 meses.
Para o membro da Cocal, a oportunidade desta segunda-feira foi uma maneira de aproximar os elos da possível rota. “Do nosso lado, já temos os investimentos realizados e a gente tem em nosso DNA a participação e o apoio para com a sociedade. Em contrapartida, o Cirsop está buscando uma solução que faça uma destinação correta dos resíduos sólidos urbanos, portanto, a gente tem aqui uma sinergia bacana no sentido de se aproximar e conseguir trazer Presidente Prudente para a vanguarda da destinação no cenário brasileiro e até mundial”, frisa André.
Foto: Roberto Mancuzo
Conforme André, da Cocal, prazo de implementação do projeto na região é de 15 meses
O diretor comercial da Cocal indica que o grande benefício para os municípios consorciados ao Cirsop é a adequação às rotas do PNRS (Plano Nacional de Resíduos Sólidos), uma política pública brasileira instituída pela Lei Federal nº 12.305/2010, que tem como objetivo principal promover a gestão adequada dos resíduos sólidos no país. “Esta regulação traz como necessidade a conversão energética. Então, o resíduo deixa de ser destinado, simplesmente, para um aterro e passa a fazer parte de um processo que transforma esse resíduo em energia. Essa é a solução que a gente está trazendo”.
Questionado sobre o objetivo da reunião desta segunda, André Gustavo Alves relatou que a primeira meta da Cocal foi alcançada: aproximar-se da comunidade e das instituições do oeste paulista. “A partir daqui é continuar a desenvolver estes projetos na busca do desenvolvimento de nossa região. Isso é um valor importante para nós”.
A parceria com o Cirsop não está fechada. Segundo o membro do Cocal, o processo para realização de outros encontros até uma possível licitação está nas mãos do Conselho Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista.
"O resíduo deixa de ser destinado, simplesmente, para um aterro e passa a fazer parte de um processo que transforma esse resíduo em energia. Essa é a solução que a gente está trazendo"
André Gustavo Alves
O presidente do Cirsop e prefeito de Álvares Machado, Roger Fernandes Gasques (PP), destaca o avanço do projeto de implementação da rota do gás biometano, já prevista no Pigirs (Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos) do consórcio.
Foto: Roberto Mancuzo
Roger Gasques, presidente do Cirsop, está otimista com o projeto
Gasques ressalta que o próximo passo deste processo é a construção de um termo de referência, visando estabelecer um diálogo competitivo com empresas interessadas na implantação dessa tecnologia na região. Segundo ele, embora a Cocal tenha apresentado um trabalho sobre a rota tecnológica do biometano, a decisão final não implica necessariamente em contratação da empresa, mas sim na definição de parâmetros baseados nesse tipo de mecanismo.
“A avaliação é interessante. O projeto apresentado pela Cocal é algo que a gente espera, até porque vimos que teremos 12% de rejeitos, e é o que a gente quer alcançar devido ao novo Marco do Saneamento e a Cocal consegue ofertar esse serviço, ela já executa isso através do bagaço da cana. Então, a gente está bem otimista com relação a este projeto. Acredito que é possível aplicar em um prazo máximo de dois anos”, avalia o presidente do Cirsop.
O projeto Mangará trabalha de forma independente como destinadora de resíduos sólidos urbanos de municípios e grandes geradores. O projeto apresentado é em parceria com a Cocal para o reaproveitamento energético através do FORSU (Fração Orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos) e CDR (Combustível derivado de Resíduos). A escalabilidade do projeto está ligada ao trabalho conjunto com plantas sucroenergéticas.
Foto: Roberto Mancuzo
Reunião foi realizada na manhã desta segunda-feira, no Auditório 1 da FCT/Unesp, em Prudente
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