Embora a Company Tur, razão social de Prudente Urbano, tenha estipulado um valor único para a cobrança da tarifa do transporte coletivo, em operação desde ontem, a taxa de R$ 3,50 tanto para pagamentos em dinheiro quanto para bilhetagem eletrônica deve ser temporária. De acordo com a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), a empresa de ônibus e o município cumprirão todos os pontos previstos no edital, sendo que os prazos para que entrem em vigor deverão ser definidos assim que o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB), que está fora da cidade, analisar e publicar o decreto onde constará o início da tarifa diferenciada. Procurada, a advogada da companhia, Renata Moço, afirma que, enquanto for realizada a cobrança única, o serviço não será afetado, mas a empresa fará uma contranotificação.
Conforme noticiado por O Imparcial na edição de ontem, algumas linhas da Prudente Urbano disponibilizaram até quarta-feira um aviso que sinalizava a prática de duas tarifas a partir de ontem, sendo R$ 3,50 para os usuários com bilhetagem eletrônica e R$ 3,75 para os pagantes em dinheiro. Segundo a diretoria da empresa, o edital permite uma diferenciação nos valores em ambos os métodos de pagamento e, que se houver a necessidade durante o ano, os preços serão reajustados, conforme prevê lei municipal.
A cobrança desigual gerou repercussão negativa nas redes sociais, onde usuários criticaram a falta de tempo hábil para que toda a população fizesse a adesão do bilhete eletrônico. “Pintou o ônibus de amarelo, mas esqueceram de pintar nosso nariz de vermelho”, diz uma publicação de uma página de humor. Inconformado com a situação, o professor Everton dos Santos, 25 anos, iniciou uma mobilização no Facebook para um protesto em frente ao Paço Municipal “Florivaldo Leal”. A concentração estava agendada para a manhã de ontem, às 9h, no entanto, ninguém, com exceção de Everton, apareceu. “Pela internet, é mais fácil se manifestar”, lamenta.
Ele diz não depender do transporte coletivo, mas sentiu a necessidade de representar aqueles que carecem do ônibus para as suas atividades do dia a dia. “Eu vim aqui pelo povo, porque experimentei andar nesses novos ônibus e eles já apresentam muitas desconformidades com relação ao que estava previsto no edital”, argumenta. Para Everton, a preocupação maior da empresa e da municipalidade não deveria ser com a implementação de tecnologias, como é o caso do wifi (ainda não disponibilizado), mas com a qualidade do serviço, que, em sua opinião, “já deixa a desejar”. “O wifi é o menor detalhe. É preciso priorizar a oferta de uma boa frota e itinerários corretos”, pontua.
Solicitação de justificativas
A Prudente Urbano, por meio de um ofício enviado ontem à Prefeitura, solicita uma justificativa acerca da negativa de se operacionalizar a tarifa a ser paga em dinheiro no transporte coletivo, no valor de R$ 3,75, que corresponde a um acréscimo de R$ 0,25 do valor estabelecido para as compras da bilhetagem eletrônica e reivindica a presença de um decreto que permita o valor operado desde ontem. “[...] bem como solicitar qual o número do decreto que autoriza a prática a partir de hoje da tarifa de R$ 3,50, tão importante benefício econômico à população e a segurança dos usuários”, questiona.
O pedido, conforme consta no documento, decorre da necessidade de “acautelar” na prática da tarifa correta, pois caso não haja o decreto que regulamente a tarifa em vigor, a empresa poderá, a partir de hoje, seguir a notificação da administração e voltar com a tarifa antiga de R$ 3,60 até que haja a assinatura da medida. Questionada, a advogada da Prudente Urbano, Renata Moço, porém, esclarece que “por respeito aos usuários”, a tarifa de R$ 3,50 será mantida. “Aguardamos a resposta com urgência para que os usuários não sejam prejudicados, e esta concessionária não opere induzida em erro”, finaliza o ofício.
