ROBERTO KAWASAKI
Da Redação
Respeitável público, alegria, alegria! Você provavelmente já ouviu esta frase em algum momento de sua vida. Lonas, picadeiro e olhares atentos aos equilibristas que nos deixam com frio na barriga só de fazer um pequeno movimento voluntário. Celebrado ontem, dia 27 de março, o Dia Nacional do Circo foi escolhido em homenagem ao aniversário do palhaço brasileiro Abelardo Pinto (1897-1973), conhecido popularmente como Piolin. Apesar de fazer parte da cultura brasileira por muitos anos, é importante levar em conta o incentivo à atividade lúdica que esta data traz aos pequenos, uma vez que permite a maior proximidade das famílias, tanto as que assistem ao espetáculo, quanto aquelas que o fazem acontecer.
Mas engana-se quem pensa que esta comemoração passou a ser lembrada recentemente. Há 90 anos ocorreu o Festim Antropofágico, feito por artistas da Semana de Arte Moderna em homenagem a Piolin, em seu aniversário de 32 anos, segundo informações da Folhapress. Ele era considerado um grande palhaço, que se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista. As peripécias do personagem prendeu a atenção de muita gente, inclusive dos pequeninos, arte que se faz presente até os dias de hoje.
Por fazer parte de uma manifestação popular acessível a todos, o circo sempre foi cultuado pelos intelectuais do país. Desta forma, a arte foi considerada um dos primeiros espetáculos a que o brasileiro teve acesso, algo que se desenvolveu e passou a trazer produções ricas no setor, inclusive, da geração de escolas de circo.
Diversão para todos
É fato que o ambiente do circo mexe com a emoção dos espectadores. Em muitas das vezes, experimentam a sensação de entusiasmo, com uma dose de superação e alegria. Dentre os diversos benefícios que a interação traz para quem frequenta os espetáculos está a possibilidade de reunião entre familiares em um momento de diversão. “Não é preciso que a criança já tenha desenvolvido um grande repertório de compreensão, pois se tratam de números cênicos em que as bases são a mímica, movimentos caricatos – exagerados, e habilidades físicas”, explica a psicóloga Mariana Rodela.
De acordo com ela, esse conjunto “incentiva a parte lúdica, pois é um tipo de espetáculo também relacionado à fantasia, imaginação”. “É como se estivéssemos entrando em outro universo, o universo das possibilidades. As crianças ficam encantadas, é quase como se vissem heróis, dadas às habilidades extremas de cada artista”, pontua a profissional. Para que o mundo da imaginação não seja esquecido pelos mais novos, a psicóloga orienta quanto aos benefícios que isso levará para a vida adulta.
“Tudo o que vivemos na infância terá interferência em outras fases da nossa vida. Portanto, quanto mais houver momentos felizes, mais risos, mais momentos de partilha com a família e amigos no decorrer da infância, maior será a possibilidade de sensação de completude”. “E o estímulo a processos lúdicos auxilia no nosso desenvolvimento, na nossa capacidade criativa, a superar barreiras”, salienta Mariana.