O diretor-executivo do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), Carlos Augusto Vreche, confirmou estar ciente da situação e dos pedidos por parte dos profissionais, e informou que, no ano de 2020, foram comunicadas três agressões a profissionais dentro de UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), sendo a mais recente no dia 15 deste mês, outra em 6 de janeiro e em 21 de outubro, há uma semana, esta na unidade da zona norte. “Informamos que desde o primeiro momento em que o Ciop foi comunicado dos ocorridos, já prestamos ajuda aos profissionais envolvidos, inclusive ao médico plantonista, sendo que o mesmo foi encaminhado para a confecção de Boletim de Ocorrência e exame de corpo de delito”.
Além disso, Carlos ressalta que as Unidades de Pronto-Atendimento já contam com a presença de policiais militares, entre 19h e 3h, sendo que já foi solicitada ao município a extensão da presença da corporação, sendo que a Prefeitura estaria em tratativas com a Polícia Militar para estender o horário de atendimento para as 24h do dia. “Por fim, esclarecemos que a Secretaria Municipal de Saúde e o Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista vêm, com essas medidas, inibir os propensos agressores, sejam eles pacientes ou acompanhantes, transmitindo assim uma sensação de segurança aos profissionais e população”.
O conselheiro regional do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Henrique Liberato Salvador, afirma que este é um fato que ocorre em todo o Brasil, infelizmente, e que cada vez mais tem sido visto em cidades como Presidente Prudente, mesmo que em menor frequência e proporções. Ele confirma que a categoria trabalha sim diante de inseguranças, mas ressalta que a orientação é a de sempre que necessário contar com o apoio da Polícia Militar, a fim de se evitar as agressões.
“Mesmo com a tentativa do médico de dialogar, infelizmente este foi um caso que resultou em agressão. Isso é preocupante, pois precisamos de uma garantia de segurança”. Henrique ressalta que é preciso uma mobilização de autoridades para que, se necessário, ampliar para 24h o policiamento, seja com a corporação militar, ou com uma guarda municipal. “O que não pode é ocorrer essa desvalorização do profissional”.
A Prefeitura de Presidente Prudente “lamentou profundamente e repudiou” a atitude do cidadão agressor e informou que ele responderá criminalmente pela agressão ao médico. Além disso, a administração pública reforça que ampliará os custos da saúde com segurança quando, na verdade, “o investimento deveria ser única e exclusivamente em equipamentos e profissionais para atender a população”.
Além disso, lembra, assim como o Ciop, do contrato feito com a Polícia Militar, da “Atividade Delegada”, que, devido a um estudo realizado há anos, apontou que o horário mais crítico nas duas unidades é das 19h às 3h, o que faz com que neste horário tenha um policial devidamente identificado nos locais. “Assim, todos os dias há a presença do militar para preservar o patrimônio e a integridade física das pessoas, tanto dos profissionais como da população, mas, infelizmente, o caso aconteceu fora deste horário”. Desta forma, a Prefeitura afirma já estar viabilizando a ampliação da “Atividade Delegada” para outros horários.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que o chamado feito à corporação ocorreu às 17h34, tendo sido informado que tratava-se de um caso de desacato, e que não havia indivíduo armado e também que não havia “partes envolvidas na ocorrência com ânimos alterados”. Diante das informações passadas pelo solicitante, a ocorrência teve classificação com prioridade normal para despacho da viatura. No entanto, lembrou que, ao haver reiteração depois de 32 minutos informando que a vítima estava sendo agredida, houve o “despacho imediato da viatura” para o atendimento da ocorrência, que, segundo a polícia, chegou para o atendimento em tempo compatível com o deslocamento entre a hora do despacho da ocorrência para atendimento e o percurso até o local.
“Orientamos que, quando ocorrer qualquer tipo de chamado, via 190, que seja esclarecido com detalhes o que realmente está ocorrendo, tendo em vista que os chamados são atendidos conforme a prioridade que o fato requer, a fim de que seja disponibilizada a viatura para o atendimento da ocorrência”, aponta a PM.
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