Ciop anuncia colapso nas UPAs

Unidades de Pronto-Atendimento do Ana Jacinta e da Zona Norte enfrentam indisponibilidade de leitos, “bicos” de oxigênio e respiradores

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 30/03/2021
Horário 04:02
Foto: Secom/Arquivo
Equipe médica e de enfermagem também se encontra no limite de suas atribuições
Equipe médica e de enfermagem também se encontra no limite de suas atribuições

Após a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente declarar situação de colapso, o Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista) publicou uma carta aberta à sociedade relatando a situação preocupante em que se encontram as UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) devido ao agravamento da pandemia da Covid-19. O documento, o qual a reportagem teve acesso, detalha que, as unidades de pronto-atendimento do Ana Jacinta e da Zona Norte chegaram a um “colapso”, assim descrito pelo Ciop, ante a indisponibilidade de leitos, “bicos” de oxigênio e respiradores. A equipe médica e de enfermagem também se encontra no limite de suas atribuições. O consórcio, através de gestão compartilhada com a Prefeitura de Presidente Prudente, é responsável pelo atendimento nas UPAs.
No documento, assinado pelo diretor-executivo Carlos Augusto Vreche, e pelo diretor de saúde, Claudio Denner Monteiro, detalha que ontem a UPA do Ana Jacinta contava com seis pacientes intubados com Covid-19, 30 pacientes clínicos estáveis em suporte respiratório de oxigênio pela mesma doença, dois pacientes com patologias diversas e 26 pessoas que aguardavam resolução do Cross (Central de regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).
A UPA da Zona Norte, por sua vez, contava com nove pacientes intubados que foram acometidos pela Covid-19 e um intubado por outras causas. O documento detalha que 39 pacientes (Covid-19) estavam em suporte respiratório e aguardavam ser transferidos. A unidade também contava com sete pessoas acometidas por outras patologias que aguardam vagas em hospitais. É valido ressaltar que tais dados sofrem alterações a qualquer momento, conforme a demanda. 
As unidades também recebem pacientes de unidades privadas de saúde, em razão da indisponibilidade de leitos de internação. De acordo com o documento, as UPAs têm por objetivo a resolução do caso clínico do paciente no período máximo de 24 horas, e aqueles que necessitam de atendimento por período maior e de complexidade elevada devem ser encaminhados para hospitais de referência.

Capacidade de atendimento

O Ciop afirma que desde o início da pandemia do novo coronavírus está direcionando todos os seus esforços para garantir atendimento de acordo como os princípios da universalidade, igualdade e integralidade a toda população. As UPAs, segundo o documento, são referência de atendimento para toda população com alto fluxo diário de consultas e atendimentos de observação, e também encaminhamento de internações através do Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).
“Todos os esforços estão sendo realizados ao prestarmos atendimento a todos os pacientes que procuram as unidades. Entretanto, não se apresenta maior ampliação ou aumento da capacidade de atendimento”, pontua o documento.

Santa Casa

Na semana passada, a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente também publicou uma carta aberta à sociedade relatando a situação preocupante em que se encontra devido ao agravamento da pandemia da Covid-19. O documento, o qual a reportagem teve acesso, detalha que, na quarta-feira, a unidade chegou ao “colapso total”, pois não havia mais “pontos de oxigênio” e ventiladores mecânicos disponíveis, sendo necessário utilizar respiradores de transportes para continuar atendendo os pacientes no pronto-socorro. Na data em que a nota foi publicada, 25 de março, a unidade contava com 13 pacientes aguardando por um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

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