Cidadãos não podem “pagar o pato”

EDITORIAL - DA REDAÇÃO

Data 07/11/2021
Horário 03:55

Não é de hoje que a situação do transporte público em Presidente Prudente vem “mal das pernas”. As reclamações de usuários há muito se fazem presentes, mas aumentaram consideravelmente com a pandemia. O serviço, que já não vinha bem, foi degringolando, a ponto de a empresa responsável ter, em menos de três meses, 49 ônibus apreendidos pela Justiça, por conta de dívidas com instituições financeiras. Sabemos que a crise instalada na economia por conta da Covid-19, de fato, existiu e ainda existe, mas os usuários não podem, de jeito nenhum, serem penalizados desta forma.
Eles pagam pelo serviço e merecem ser respeitados como cidadãos. Com a última apreensão, terça-feira, de mais 19 veículos, a Prefeitura informou o corte de nove linhas, por falta de ônibus. E, infelizmente, quem “paga o pato” é a população, que acaba tendo de encarar veículos lotados, muitas vezes, sem a certeza de que haverá linha no horário pretendido. Assim, perdem um tempão nos pontos. Isso é um descaso!
Nesta semana, a Prefeitura estendeu a intervenção no serviço até 3 de dezembro. Ainda, vereadores cobraram do poder público mais agilidade para solucionar a questão, que vem se arrastando da pior forma possível. Sabemos que o Executivo municipal precisa respeitar os prazos legais para tomar as providências cabíveis, e o que todos esperam é que, desta vez, seja oferecido um transporte público descente aos cidadãos. Sexta-feira, último dia do prazo para se manifestar a respeito do processo administrativo instaurado pela Prefeitura, que engloba a intervenção no serviço, a concessionária pediu 90 dias para apresentar defesa e contraditório ao Poder Executivo. Vamos aguardar pelas cenas dos próximos capítulos.
Um município do porte de Presidente Prudente precisa dispor de um serviço de alta qualidade, de forma que incentive a população a usar o transporte coletivo. Cada vez mais as vias da cidade se tornam incompatíveis com a quantidade de veículos particulares, se tornando insustentável a locomoção das pessoas sem transtornos. Portanto, é preciso priorizar o assunto, para que a crise na prestação desse serviço tão essencial aos cidadãos acabe de vez.

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