Charanga Domingueira de 06-04-2014

Pena que o Jardim Ângela, para o qual pediu ajuda, jamais ganhou Copa nenhuma.

Esportes - Flávio Araújo

Data 06/04/2014
Horário 09:08

Missão impossível


 

Está em voga escalar seleções dos melhores do Brasil em todas as Copas. Cada jornal quer fazer a sua. Missão impossível. O futebol é dinâmico e é até provável que os do passado não se encaixem hoje embora craque sempre tenha lugar. Mas, tem que se adaptar. Os esquemas são outros, a bola e o gramado são muito diferentes, do preparo físico então... melhor nem falar. Quem colocaria Leônidas dentro da sua área cabeceando escanteio e ajudando a defesa?

Tudo isso não impede que as Copas tivessem seus reis. Carbajal e Lothar Matthäus são os recordistas. O goleiro mexicano jogou todas entre 1950 e 1966 e sobre o mesmo tenho uma particularidade. Disputamos um torneio de jornalistas na Copa de 1970. Carbajal foi o goleiro do México com quem fizemos a final. Ganhamos (1 a 0) e, acredite quem quiser, fiz o passe para Ademir de Menezes fazer o gol.

Carbajal e o alemão Matthäus são os únicos que jogaram cinco Copas. O Brasil tem sete participantes com quatro Copas e o destaque é dividido entre Pelé e Cafu. O Rei foi o mais jovem campeão do mundo (17 anos em 1958, na Suécia). Em 1962 só jogou o primeiro e parte do segundo jogo. Outra decepção foi a Copa da Inglaterra, a pior posição do Brasil em mundiais e onde Pelé saiu contundido no jogo diante de Portugal. Jogou contra a Bulgária em más condições e foi poupado na derrota diante da Hungria. Seu esplendor veio mesmo no Mundial do México em 1970.

Enquanto isso Cafu, com igual número de Copas, tem o recorde de ter participado de três finais consecutivas sendo campeão em 1994, quando era reserva de Jorginho, mas entrou em campo no decorrer da final diante da Itália. Depois foi vice em 1998 e na Copa seguinte, a primeira disputada no Oriente (Coreia do Sul e Japão) não só foi campeão integral novamente como ainda levantou o troféu repetindo o gesto imortal de Bellini. Pena que o Jardim Ângela, para o qual pediu ajuda, jamais ganhou Copa nenhuma.

Outros grandes jogadores brasileiros que disputaram quatro Copas: o goleiro Castilho, do Fluminense, em 1950, 1954, 1958 e 1962, sendo que só foi titular em 1954, na Suíça. Leão, titular ou reserva esteve em 1970, 1974, 1978 e 1986. Djalma Santos, bi (1958/1962) esteve em 1954 e 1966. Nilton Santos formou no grupo de 1950, mas com suas idiossincrasias com Flávio Costa nem entrou em campo. Foi titular em 1954, 1958 e 1962. Finalmente, Ronaldo esteve em 1994 (reserva), 1998, 2002 e 2006. Até agora não vi ninguém da atual safra em qualquer dessas seleções intertemporais do Brasil. Quem viver verá se Neymar chegará lá?

 

 

Flávio Araújo é jornalista e radialista prudentino, escreve aos domingos neste espaço

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