Brasileiro adora Copa do Mundo
Animei-me a escrever sobre o assunto quando tomei conhecimento do extraordinário volume de interessados em ver as Olimpíadas no ano que vem. Bastou que se abrissem as inscrições para que 750 mil interessados se inscrevessem no primeiro dia. E não é o futebol que tem mais procura e sim o vôlei, o que comprova o amor do brasileiro pelo esporte. Mas, valeu um estudo também sobre as Copas do Mundo, onde as participações do Brasil, a princípio olhadas com desconfiança, permanecerão no pódio das principais.
A primeira Copa do Mundo realizada em 1930, no Uruguai, contou com a participação de apenas 13 países e foi vista por 434.500 espectadores que proporcionaram uma média de 24.138 assistentes por partida. A Copa seguinte, em 1934, na Itália, contou com a presença de 16 concorrentes e um público total de 395 mil assistentes, com média de 21.058 por jogo. O Mundial seguinte, em 1938, na França, foi disputado por 15 países, com público de 374.937 e média de 20.540 por partida.
Houve então a interrupção pela Segunda Guerra Mundial e a Copa do Mundo de 1950, com todos os problemas do pós-guerra teve a presença de apenas 13 países, mas é aí que chamo a atenção para os números que provam o acendrado amor do brasileiro pelo futebol. A 4ª Copa do Mundo teve um público total de 1,337 milhão de torcedores, que produziram uma média de 47.431 a cada cotejo.
Estes números permaneceriam como os maiores nas Copas do Mundo por muito tempo. A partir de então as Copas foram disputadas de forma homogênea por 16 países, com os seguintes números totais: 1954 (Suíça), 943 mil ingressos; 1958 (Suécia), 868 mil; 1962, Chile, 893.363 espectadores somando-se três Copas em sequência em que os números do Brasil não foram superados. Veio então a Copa da Inglaterra, em 1966, e um total de 1.614.677 torcedores em seus estádios, com uma média de 51.093 assistentes por partida superando os números que prevaleciam no alto da tabela desde 1950 no Brasil.
Pouca diferença para os números do México, em 1970, quando o total de público foi de 1.673.975 torcedores. Na Copa seguinte, Alemanha, 1974, 1.769.062 torcedores, e na Copa da Argentina, em 1978, houve retrocesso: 1.541.518 torcedores. O Mundial da Argentina, infelizmente, ficou marcado pelo período ditatorial em que vivia o vizinho país e foram muitos os órgãos de divulgação de todo o planeta que escreveram que João Havelange levou a Fifa a ajudar a vitória dos locais para melhorar a imagem do país.
(Continua...)
Flávio Araújo é jornalista e radialista prudentino, escreve aos domingos neste espaço