O Governo do Estado de São Paulo anunciou hoje que cerca de 180 mil profissionais da segurança pública serão imunizados contra a Covid-19. A decisão foi anunciada na mesma semana em que policiais de todo o Brasil se mobilizaram e pediram a vacinação aos governos estaduais e federal – visto que tais profissionais foram considerados essenciais e não tiveram redução em suas atividades.
O grupo de vacinados contempla policiais da ativa, sendo eles militares, bombeiros, civis, técnico-científicos, agentes de segurança e agentes de escolta penitenciária, bem como guarda civis metropolitanos municipais.
Na coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o titular da SSP (Secretaria de Segurança Pública), general João Camilo Pires de Campos, agradeceu pela conquista.
“[Durante a pandemia] potencializamos a atividade policial, e nessa potencialização, nos submetemos à elevadíssima exposição. A vacina chega como uma bênção”, comemora.
Ainda durante a fala, o secretário trouxe números da Covid que afetou profissionais da segurança pública. “Até ontem [terça-feira] nós perdemos 79 policiais da ativa, 56% deles entre 46 e 55 anos. Uma tragédia”, lamentou.
A vacinação deverá começar a partir do dia 5 de abril, no entanto, o cronograma ainda não foi divulgado.
Sindpesp - Raquel Kobaiashi Gallinati, presidente do Sindicato dos Delegados de SP
No começo da semana, a reportagem noticiou a manifestação virtual que cobrou a vacinação para policiais de todo o Brasil. O ato foi promovido pelo Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Adepol-Brasil (Associação dos Delegados de Polícia do Brasil), Fendepol (Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil), e entidades que representam as forças de segurança.
Em nota publicada hoje, a presidente do Sindpesp, Raquel Kobashi Gallinati, afirma que “a mobilização histórica nas redes sociais é diretamente responsável pelo anúncio [do governo estadual]”.
“Policiais são o grupo com maior exposição ao risco, atrás somente dos profissionais da saúde que lidam diretamente com o atendimento de pacientes com Covid. São os policiais que atuam na linha de frente fiscalizando festas clandestinas e eventos com aglomeração. São os policiais que seguem investigando crimes e atendendo a toda a população nas delegacias de polícia”, considera.
De acordo com o Sindicato dos Delegados de São Paulo, desde o início da pandemia quase 2 mil policiais civis foram afastados por Covid-19, sendo que 32 faleceram.