Orgulho para os empresários envolvidos e para o município: a startup prudentina Inspectral foi destaque na página do Pequenas Empresas e Grandes Negócios. E para falar com detalhes a respeito do trabalho desenvolvido pela empresa especializada em tecnologia da informação, inteligência geoespacial para monitoramento ambiental e de corpos hídricos e do agronegócio com imagens obtidas com satélite e drone, O Imparcial conversou com o diretor executivo, Alisson Fernando Coelho do Carmo, 33 anos, CEO da empresa.
Ele começa expondo que a Inspectral nasceu para levar para o mercado o que ele e sua sócia e esposa, a engenheira ambiental COO Nariane Marselhe Ribeiro Bernardo do Carmo desenvolveram em suas pesquisas acadêmicas de doutorado. Ela na área ambiental e ele como cientista da computação, na tecnologia. “Trabalhamos no doutorado com sensoriamento remoto, ou seja, usar imagens de drones e satélites para detecção de coisas, objetos na terra. A primeira ideia da startup foi monitorar macrofitas [plantas aquáticas que crescem nos rios e reservatórios, e se alastram, se expandem muito rápido]. Por isso, precisa detectar para acompanhar se está crescendo, o quanto, e o que está ocupando os rios”, explica Alisson.
Segundo ele, quando levaram isso para o mercado, como validação técnica e cientificamente se isso resolveria o problema, se realmente ajudava, perceberam que o mercado precisava de muitos outros parâmetros relacionados a isso.
“O núcleo da nossa startup continua o mesmo, que é detectar impacto socioambiental. Mas hoje trabalhamos de uma forma muito mais ampla, buscando integrar tanto as visões de água, quanto de floresta e agricultura. Tudo isso, focando em extrair métricas de impacto socioambiental que permitam tomar decisão”, diz ele.
Alisson conta que a primeira expansão foi para parâmetros de qualidade da água, e a partir das imagens multiespectrais, que, inclusive, enxergam o invisível, o que não se consegue ver a olho nu, de satélites e drones conseguiram medir e quantificar a qualidade da água dentro de 9 ou 10 parâmetros que possuem dentro dos algoritmos. “Os algoritmos olham para essas imagens e calculam para ajudar na tomada de decisão. Isso foi nos conectando a outras coisas. Começamos identificando plantas aquáticas, fomos para a qualidade da água e potencializamos isso integrando com floresta, afinal, a água depende totalmente das matas ciliares e florestas associadas”, salienta ele.
E daí começaram a extrair alguns parâmetros de florestas também, o que os conectou com a agricultura. “Ou seja, água tem uma interferência muito grande na produção agrícola, então, começamos a trabalhar em algumas culturas específicas”, completa.
A Inspectral foi fundada no final de 2019 pelo casal, ele com doutorado em ciências cartográficas, cientista da computação, então, mais focado na questão tecnológica, e Nariane, que é engenheira ambiental, também com doutorado em ciências cartográficas, pós-doutorado em sensoriamento remoto, mais focada nessa parte de entender o porquê tudo isso acontece, o que significa de fato. “Eu atuo no descobrir como processar, lidar com a gigante quantidade de dados. Já em 2020 começamos a trazer mais pessoas para se juntar a nós nesse trabalho, e em 2022, uma delas, Nicolas Alvarenga Zanardo, foi convidado para assumir o cargo de CTO, diretor de tecnologia da Inspectral”, conta Alisson.
Atualmente, o CEO da startup diz que estão num total de 19 pessoas, mas com essa rodada de investimento, o time vai chegar perto de 30 integrantes, sendo a maioria de Presidente Prudente, mas tem alguns trabalhando de fora também, como universitários que vieram à cidade para estudar e tiveram que voltar para as suas cidades. “Por trabalharmos com tecnologia, a gente tem essa facilidade de trabalhar com o digital. Não existem fronteiras para quem estará conosco e agora com essa rodada de investimento chegando próximo de 30 pessoas, acreditamos que a maioria será aqui da região mesmo”.