Presidente Prudente completa 100 anos em 14 de setembro deste ano. Um século de história, que facilmente poderia representar o progresso, crescimento, expansão e desenvolvimento em todos os setores. Mas ouso dizer que já fomos maiores. O centenário da cidade não representa, de fato, o ápice de nossa grandiosidade e evolução. Perdemos a gana por ser grande em algum lugar pelo caminho e carecemos de recuperá-la. Hoje somos, talvez, a capital da RA (Região Administrativa) mais pobre do Estado de São Paulo, por vezes esquecida no extremo oeste paulista. Por isso, é preciso retomar a roda do crescimento, em todos os sentidos, tomar de volta o protagonismo de outrora e levar a sério o lema estampado no brasão do município: “Labor omnia Vincit”, ou “O trabalho tudo vence”.
Lançando mão do saudosismo para enumerar o que ficou pelo caminho, podemos citar a EFS (Estrada de Ferro Sorocabana), mãe do oeste paulista, entregue às traças devido a ingerência da atual concessionária. Já fomos a “terra” do café e da pecuária, hoje estamos perdendo espaço até mesmo na cana-de-açúcar. O trem veio para escoar a produção agrícola e, posteriormente, cooperar para a industrialização da região. Mas ele se foi e a indústria não veio.
No esporte, já tivemos os áureos tempos do futebol da Apea (Associação Prudentina de Esportes Atléticos) e do Corintinha de Presidente Prudente, que figuraram entre os principais times do Estado. Pelo basquete feminino, a Prudentina levou o nome da cidade aos títulos Paulista, em 1982 e 1983; da Taça Brasil (1984); e do Sul-Americano de Clubes, em 1983 e 1984, com a “rainha” Hortência no grupo. Sem falar no atletismo, esporte que levantou a bandeira de Prudente em Sydney, na Austrália, com a conquista da medalha de prata no revezamento 4x100 metros, obtida por Claudinei Quirino, Edson Luciano, André Domingos e Vicente Lenílson.
Todos esses exemplos fazem parte da história de Prudente e constituem em motivos para comemoração. Porém, Prudente precisa voltar à evidência. Recentemente a cidade foi sede da final estadual da 34ª edição dos JAJ (Jogos Abertos da Juventude) e arrancou aplausos dos representantes das delegações e da organização. Isso mostra o potencial da cidade em abrigar esse tipo de evento e deve nos inspirar para novas candidaturas, não apenas na esfera esportiva. Chegamos aos 100 anos e isso não é o fim, mas uma possibilidade de recomeçar e recuperar o tempo perdido, rumo ao protagonismo estadual.
