"Cem Anos de Música em Presidente Prudente"! Este é o título do livro que está em elaboração por Marcos Júlio Sergl, dentre uma das pérolas em seu currículo invejável, ele é sócio-fundador da Sociedade Brasileira de Musicologia; coronel Carlos Amaral, autor de vários livros e pelo historiador Ronaldo Macedo (em negociação). Considerada a maior cidade do oeste paulista, no dia 14 de setembro o município chega ao seu centenário e esta obra que trará a riqueza musical aqui construída é uma das várias ações comemorativas à importante e significativa data. Obra que, por enquanto, está estruturada para 20 capítulos, deve ser lançada no mesmo período.
Marcos Júlio Sergl escreve sobre os cem anos da música em Presidente Prudente
Dotado de palavras que deixam quem as lê de boca aberta, Marcos Júlio Sergl expõe que desde a época em que morou em Presidente Prudente e trabalhava no Conservatório Municipal Professora Jupyra Cunha Marcondes, hoje Escola Municipal, pensava em produzir uma obra para mostrar aos cidadãos prudentinos um pouco da importância da cultura musical na cidade, - desde os primeiros desbravadores, que tinham a música como produtores (compositores) e reprodutores (intérpretes) em todos os dias da vida.
Ele comenta que em uma localidade nascente, as opções de lazer são muito restritas e Prudente surgiu e se desenvolveu dentro do conceito da cultura caipira, presente em todo o Estado de São Paulo na época, na qual o violão e a voz eram as opções de lazer após a jornada de trabalho ao lado da roda de conversa nas calçadas das ruas.
"Não podemos nos esquecer da igreja católica enquanto produtora cultural nesse momento histórico. Já em 1926 foi organizado o primeiro coro da igreja matriz com o objetivo de enriquecer as missas e solenidades religiosas, conforme notícia publicada no periódico A Voz do Povo, em 28 de outubro desse ano", salienta Marcos.
Segundo ele, que também é Doutor em Artes, na medida em que a cidade cresce novos músicos vindos de outras localidades se agregam à cultura local. Figuras de destaque como Jupyra Cunha Marcondes, Francisco Fortunato e Eurico Brendrath, dentre tantas outras personalidades locais, vão estabelecendo os padrões da cultura local, ao lado dos violeiros, da harpa paraguaia e dos cantores sertanejos autóctones.
Com o "Conservatório Municipal" é definido o percurso da formação erudita da cidade, que vai ganhando novos contornos físicos, estéticos e culturais. Até chegarmos aos dias de hoje, com gerações de músicos que mantêm a cultura musical na cidade, tanto no universo erudito como popular. A criação do curso de música em nível universitário vem comprovar o cuidado com a formação dos jovens.
"Além de cidadãos prudentinos que vivem de música nos grandes centros brasileiros e até mesmo no exterior. Contar este percurso é o objetivo de nosso projeto denominado ‘Cem Anos de Música em Presidente Prudente’", pontua.
Composição da obra
Marcos explica que ainda não tem uma definição do número de páginas que o livro terá. Mas, garante que será extenso em função do número expressivo de produção musical no município. E faz um apelo, inclusive a este impresso,
O Imparcial, para os auxiliar nesta tarefa de resgatar o passado e inserir todos que fazem música tanto como profissionais quanto amadores.
"Solicitamos que as pessoas que tiverem dados, material biográfico, fotos, CDs, DVDs, reportagens, enfim fontes que possam nos abastecer, que nos ajudem no sentido de não deixarmos ninguém de fora, pois o objetivo é escrever um livro para todos aqueles que sentem orgulho de serem prudentinos", destaca.
Marcos menciona que ele e sua esposa (cantora lírica) estão fora da cidade há bastante tempo, mas sempre fizeeram questão de manter suas origens. De acordo com ele, em duas premiações recentes, fundamentais para quem faz música no Brasil, a comenda da "Ordem Carlos Gomes", oferecida em nível nacional e o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como melhor regente brasileiro de 2012, fez questão de enfatizar o início de sua formação no Conservatório Municipal.
"Estamos ainda em fase de coleta de material e fontes documentais de referência. Se vocês puderem contribuir. Talvez muitas pessoas se lembrarão de algum material que têm em casa, ‘guardados no baú’", reforça o pedido, Marcos.
Enfatizando o objetivo
O autor frisa que a obra visa proporcionar aos cidadãos, pesquisadores da história da cidade e da cultura paulista, músicos e a todos aqueles que se interessam, a evolução da cultura musical em Presidente Prudente. Tanto em sua vertente de formação estruturada, como o Conservatório Municipal Professora Jupyra Cunha Marcondes e o Conservatório Maestro Julião, quanto as escolas livres, mais voltadas à música popular, a exemplo da Escola Música Viva, os corais, que já levaram e levam longe o nome de nossa cidade, os músicos que tocam na noite, os conjuntos, as duplas sertanejas, os compositores, até a geração atual, marcada por nomes como Gabriel Chizzolini Cervellini.
"Este jovem compositor e violinista, desenvolve o projeto "Violineon", dentro da vertente de música eletrônica e Luciana Carolina Fernandes de Faria, doutoranda da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com uma pesquisa voltada à educação musical por meio de jogos eletrônicos, dentre tantos talentos de nossa cidade", exalta.
Leia mais na página 8
ESTRUTURAÇÃO
"CEM ANOS DE MÚSICA EM PRESIDENTE PRUDENTE"
Introdução: "A cultura caipira no interior do Estado de São Paulo no início do século XX".
Capítulo 1. "O cultivo da música entre os Desbravadores e Pioneiros: primeiros músicos".
Capítulo 2. "A música religiosa"
"A igreja católica – festas religiosas"
"As igrejas evangélicas – a música de culto"
"A música no Seminário de Presidente Prudente"
Capítulo 3. "Festas Juninas e Quermesses"
Capítulo 4. "A música nas manifestações político-cívicas"
Capítulo 5. 1. "As bandas musicais e os Jazz-Bands"
Mestres de banda (Francisco Fortunato, Adriano Bonora, Francisco Basaglia, Sebastião Ferreira)
Capítulo 6. "A música de lazer: Carnaval, saraus, bailes e festas"
Capítulo 7. "Cine Teatros" (Theatro Santa Emilia; Fênix; Internacional; Ouro Branco; Presidente)
Capítulo 8. "A música nas escolas"
- Conservatórios
- Escolas Livres de Música
- O canto orfeônico
Capítulo 9. "Ícones da música erudita"
- Erich Bendrath
- Jupyra Cunha Marcondes
- Alda Braga Pereira Lima
- Nelson Mathias Silva
- Sebastião Jorge Chammé
Capítulo 10. "A atividade coral"
- Corais (Santo Ignacio de Loyola; Villa-Lobos; Apec; Nirvana;etc
- Os movimentos estatais
- Destaques no cenário nacional
Capítulo 11. "A música de câmara e instrumental"
- Quartetos
- Conjuntos
- Orquestras
Capítulo 12. "A música vocal erudita"
- Solistas / Concertos
Capítulo 13. "Projetos musicais"
- A ação institucional de apoio: Delegacia Regional de Cultura e Secretaria Municipal de Cultura
- Parcerias com escolas (projetos FDE; a comunidade na escola...)
- Atividades terapêuticas (Apae...)
- Grupos de eventos
- Projeto Guri
Capítulo 14. "A música popular"
- A música sertaneja (duplas, trios, quartetos...)
- Conjuntos Populares (Sombras....)
- Orquestras e conjuntos independentes
Capítulo 15. "Ícones da música popular"
- Linda Caetano
- Maestro Zingar
- Maestro Zito
Capítulo 16. "Eventos musicais"
- Os festivais (cantores profissionais e amadores)
- Encontros de instrumentistas
- Saraus e eventos públicos (seresta)
- A música itinerante (empresas, igrejas, escolas, praças)
- Concertos de Natal e afins
Capítulo 17. "A produção e a reprodução musical por meio da publicidade"
Capítulo 18. "O rádio e a música"
Capítulo 19. "A música e Teatro em Presidente Prudente"
Capítulo 20. "A música na atualidade"