O aparelho celular é um acessório indispensável na vida profissional e social de grande parte da população. Tem se tornado um importante meio de comunicação em todo o mundo, por ser acessível, econômico e fácil de usar. Na área médica, é considerado parte integrante da vida de profissionais da saúde e melhoraram a comunicação, a colaboração e o compartilhamento de informações.
O uso difundido de aparelhos celulares em hospitais e ambientes relacionados aos cuidados de saúde tem levantado grandes preocupações sobre infecções, especialmente em áreas que exigem os mais altos padrões de higiene. Acredito que o manuseio constante desses objetos favorece a transmissão de microrganismos patogênicos, principalmente aqueles associados com a contaminação direta por contato com a pele, saliva e secreções.
Bactérias resistentes estão em ascensão e ameaçam os benefícios à saúde, alcançados com o uso dos antibióticos
Recentemente, sob a minha supervisão, as alunas Mariana Francelino Almeida de Jesus, Maria Vitória de Souza Ferreira e Gabriela Messias de Souza avaliaram os celulares de 100 estudantes de cursos de Farmácia, Nutrição, Biomedicina, Odontologia e Enfermagem. Segundo a pesquisadora, foi observada a presença da bactéria Staphylococcus aureus em 40% do total de amostras. Foi verificada também uma alta porcentagem de resistência dos microrganismos frente ao antibiótico penicilina (85%) e, surpreendentemente, uma das bactérias isoladas foi resistente a cinco antibióticos diferentes.
A presença destes microrganismos em aparelhos celulares é um ponto crucial, devido a possível disseminação de bactéria resistente aos antimicrobianos. Bactérias resistentes estão em ascensão e ameaçam os benefícios à saúde, alcançados com o uso dos antibióticos. Uma lista crescente de infecções que são difíceis e, às vezes, impossíveis de tratar, uma vez que os antibióticos estão se tornando menos eficazes. Nesse contexto, é primordial a adoção de medidas de prevenção e controle de contaminação dos aparelhos celulares, como a higienização adequada das mãos e uso de álcool 70%.