Ceagesp aguarda caminhões para não faltar produtos

Por sua vez, a diretoria regional da Apas (Associação Paulista de Supermercados) informa que não recebeu nenhuma notificação de atraso na entrega de mercadorias aos supermercados da região.

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 27/02/2015
Horário 10:06
 

Sete caminhões voltaram a abastecer ontem a unidade prudentina da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), em Presidente Prudente, que teve seu abastecimento afetado pela greve dos caminhoneiros, bloqueando trechos de rodovias federais e estaduais com o protesto na quarta-feira. No entanto, conforme o gerente do entreposto da Ceagesp no município, Anderson Martins Peres, mais caminhões são aguardados na madrugada de hoje e de amanhã, para que não faltem produtos.

"Nós já estamos operando com o estoque mínimo e estamos monitorando a chegada dos carregamentos. Muitas rodovias dos Estados de São Paulo e Minas Gerais estão liberadas, mas não no Rio Grande do Sul, de onde vem grande parte da mercadoria de frutas que deveria chegar hoje , mas que estamos contando que chegue amanhã ", diz o gerente.

Por sua vez, a diretoria regional da Apas (Associação Paulista de Supermercados) informa que não recebeu nenhuma notificação de atraso na entrega de mercadorias aos supermercados da região.

Em reunião realizada ontem entre lideranças do movimento e empresários do ramo de transportes, o governo federal se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, que estabelece regras para o exercício da profissão, após o fim dos bloqueios, além de propor estabelecer uma carência de 12 meses para todos os financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) Finame e Programa BNDES de Financiamento a Caminhoneiros (Pró-Caminhoneiro), prorrogando os pagamentos dos financiamentos novos e antigos durante um ano. Foi prometida ainda a estabilidade do preço do diesel em seis meses, sem aumentos, e a definição conjunta de uma tabela referencial de frete em todo o país.

 

Paralisação


No entanto, mesmo após acordo firmado entre as partes, manifestantes continuaram interditando diversas estradas federais e estaduais ontem. Segundo a "Agência Brasil", o protesto ocorreu em 93 pontos de 31 rodovias federais em oito Estados, sendo 39 no Rio Grande do Sul, 14 em Santa Catarina e 19 no Paraná.

Na região de Presidente Prudente, a situação não foi diferente, e manifestações ocorreram novamente paralisando parcialmente as rodovias Assis Chateaubriand (SP-425), João Ribeiro de Barros (SP-294) e Raposo Tavares (SP-270), sem afetar o fluxo, de acordo com a Polícia Militar Rodoviária. O manifesto ocorreu das 8h até 15h30, segundo a Cart (Concessionária Auto Raposo Tavares), em uma extensão de 1 km – menor do que a de quarta-feira, de 5 km.

Segundo o caminhoneiro Washington Ariede, ele só conseguiu chegar ao posto de combustíveis que foi abastecer, após utilizar estradas de terras. "Eu já fui agricultor nessa região e conhecia o caminho. Se não tivesse desviado, não chegaria, pois em alguns pontos é pacífico, mas em outros não nos deixam passar", diz. A Assessoria de Imprensa dos Correios informou que também adotou rotas alternativas entre as medidas utilizadas para reduzir eventuais atrasos no transporte de cargas e transbordo.

Em Lucélia, segundo a proprietária do Posto HD, Cheila Demiscki, um caminhoneiro de uma empresa de gás ficou parado na rodovia, pois a paralisação impediu que um guincho chegasse ao veículo para socorrê-lo. "Ele vinha de Araçatuba e decidiu desviar do bloqueio por Salmourão, mas teve um problema mecânico, e teve que vir aqui comprar óleo para o motor, voltar até o caminhão e resolver o problema, para conseguir chegar ao posto dirigindo", explica.

Já o dono do Posto do Zeca, em Adamantina, José Rigarolli, por sua vez, afirma que seus clientes estão estocando gasolina em seu próprio tanque, com medo de um problema no abastecimento. "Não dá para armazenar em galão porque é caro, precisa ser um vasilhame homologado que custa R$ 30 e armazena só 20 litros", explica. Ele próprio pediu um segundo carregamento de combustível, "por segurança", para uma eventual dificuldade no translado dos caminhões pela greve. "O clima ainda é de insegurança", observa.

 
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