O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Presidente Prudente realizou, neste ano, cerca de 100 atendimentos relacionados ao aparecimento de morcegos em residências e estabelecimentos.
O gerente do órgão, Thiago Patrício Ribeiro da Silva, orienta que é importante tomar medidas de segurança para evitar acidentes com estes mamíferos, "pois qualquer mordida pode provocar diversas consequências".
"Evite sempre o contato direto com qualquer morcego, vivo ou morto. Lembre-se que qualquer espécie pode estar infectada com o vírus da raiva”, orienta.
Caso seja constatada a presença de morcegos em edificações, a recomendação é verificar espaços abertos de entrada e saída e fechá-los gradativamente, deixando apenas uma saída.
Thiago instrui que, após a saída do morcego, é importante vedar esse ponto provisoriamente (com jornais ou pano). No dia seguinte, antes de escurecer, é preciso retirar esta vedação para a saída de animais que tenham eventualmente permanecido no abrigo e, em seguida, fechar novamente.
Conforme o Ministério da Saúde, a raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.
"A raiva é de extrema importância para a saúde pública, devido à sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal, a disponibilização de soro antirrábico humano, a realização de bloqueios de foco, entre outras", elenca a pasta federal.
A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas; e cepa viral.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.
A pasta completa que não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os morcegos podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.