Sabe aquele ditado: "a união faz a força?" Pois é, inspirado nele, um grupo de caratecas prudentinos tem se empenhado "e muito" na venda de pizzas, para que dois companheiros disputem a etapa classificatória do Campeonato Brasileiro de Caratê, em Macapá (AP), entre 5 e 6 de agosto. Além da dedicação no tatame durante os treinamentos, o grupo trabalha também na montagem das pizzas e saem de porta em porta, para atingir o objetivo que é custear a viagem de Erick Menezes e Ricardo Santana.

Equipe se empenha também nos treinamentos para a disputa da etapa classificatória
De acordo com o sensei Fabrício Canto, o trabalho iniciou há cinco semanas, quando foi necessário levar todo o time para a primeira etapa, realizada em Porto Alegre (RS). "Deu uma ajuda para a gente ir. Ficamos com algumas dívidas e acreditamos que no retorno seria possível vender e quitar. Não está sendo fácil, mas estamos na luta", diz o professor. Na ocasião, três atletas conquistaram a vaga na final nacional que ocorrerá em São Paulo, de 12 a 15 de outubro.
Kevelin Geovana, Isadora Maria e Rafael Berçocano. Apesar de não necessitarem ir a Macapá, também estão focados em ajudar Erick e Ricardo. "Acho que é um dever meu, já que quando foi o nosso caso, eles ajudaram", diz Isadora. "Somos um grupo, praticamente uma família e queremos o bem de todos", diz Kevelin. "Queremos retribuir o que eles fizeram para nós. Tanto nos treinos, quanto financeiramente. Agora, a gente pode fazer por eles, mesmo que neste momento a gente não vá", revela Rafael.
Gratidão
Ricardo não esconde a felicidade de ver todos envolvidos na missão. "A gente fica feliz, pois vê que a união da nossa equipe é muito grande. Em um momento todo mundo colabora, mas quando for só para um ou outro todos se empenham. Tem um carinho especial", afirma. Erick vai no mesmo sentido e agradece também aos companheiros de time. "Dá uma satisfação enorme. Até quem não vai para a classificatória está ajudando. Mesmo com a correria do dia a dia, trabalho e estudo, tiram um tempinho", garante.
Esporte individual?
O sensei Fabrício diz que essa é a maior prova de companheirismo possível no esporte e que apesar do caratê ser um esporte individual é necessário companheirismo. "O caratê é o esporte individual mais praticado no mundo. No entanto, não dá para lutar sozinho, é preciso de um colega. E essa união é a prova disso. Além de treinar, a gente se reúne e tenta entender um pouco de cada um, pois aqui dentro não tem só o atleta. Um sabe o que o outro deseja, sonha e luta para ajudar", completa.