Cantor e compositor, Murillo Altafine ministra palestras musicais em PP

Ele faz shows em teatros, escolas e até mesmo em presídios; ele baseia-se muito na filosofia de Gandhi: “seja a mudança que você quer ver no mundo”

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 13/04/2018
Horário 19:25
Divulgação / Marcel Sachetti - Murillo é comprometido com uma cultura de paz e não violência através de seus projetos relacionados com a música
Divulgação / Marcel Sachetti - Murillo é comprometido com uma cultura de paz e não violência através de seus projetos relacionados com a música

Murillo Altafine, 25 anos! Ele é cantor, compositor e além de fazer seus shows ministra palestras musicais, gratuitamente. Mais de 250 apresentações estão em sua agenda em mais de 60 cidades em quatro Estados brasileiros: São Paulo (SP), Paraná (PR), Mato Grosso do Sul (MS) e Rio Grande do Sul (RS), em teatros, escolas e até mesmo em presídios. Agora está com um projeto que será apresentado todo último fim de semana de cada mês, na Praça da Juventude do CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) Professor Samoel Brondi, no Parque Alvorada, em Presidente Prudente.

Seu trabalho é comprometido com uma cultura de paz e não violência, qual ele explica que está na Carta da Terra, na Carta de Responsabilidades dos Artistas, em documentos da ONU (Organizações das Nações Unidas) - que começou com os ganhadores do Prêmio Nobel da Paz. Murillo explica que se baseia muito em Gandhi, na sua filosofia de “seja a mudança que você quer ver no mundo”. De realmente se focar naquilo que a gente quer e não no que não queremos fazer. Ou seja, não lutar contra nada e sim a favor.

“Na minha arte não sou contra a guerra, por exemplo, sou a favor da paz! Não sou contra a discussão, sou a favor da harmonia. Isso tudo faz parte dessa filosofia de paz e não violência em busca de uma convivência mais afetuosa, um conhecimento mais emocional. E, com a música, isso é muito fácil para eu fazer essa ligação, em que permeia os temas das músicas, das histórias e poemas que recito nas palestras musicais ou nos shows. Faz parte desse meu ativismo de tentar construir em meio a nossa sociedade uma situação diferente”, destaca o compositor poeta.

 

Um encontro íntimo

Conforme Murillo, as apresentações no CEU surgiram da ideia de fazer um encontro mensal exclusivo e intimista com as pessoas, onde plateia e artista podem entrar num misto de encantamento e beleza. Formar público na esperança de levar algo que não conhecem.

“Mostrar minhas canções e fazer o que Leon Tolstoi falava: ‘aquele que quiser cantar o mundo primeiro tem que cantar a sua aldeia. Essa é minha proposta, mostrar as minhas músicas, a minha arte. Desde a iluminação do show às projeções, efeitos sonoros que uso, tudo é pensado, escolhido, as falas, os poemas, as histórias, ou as reflexões poéticas, filosóficas para levar as pessoas a mergulhar em outro universo. Tudo é filmado, gravado e disponibilizado no Youtube e facebook e futuramente a intenção é transmitir ao vivo para as muitas pessoas que me acompanham”, enfatiza Murillo Altafine.

 

Murillo faz o convite

"Se você quer ver um show diferente, rir e se emocionar, vem conhecer este trabalho, vamos viajar com as histórias e canções, pois a ‘arte existe porque a vida não basta’”. Essa frase, segundo ele, é linda! É de um poeta, Ferreira Goulart, a qual ele ousou roubar. Conforme Murillo, a vida comum não basta! Só sobreviver, dia após dia, acordar cedo, tomar café da manhã, sair para trabalhar, voltar, assistir novela...

 

“É importante observarmos esse olhar, fazendo jus a uma frase de Gilberto Gil ‘a gente sabe o que quer, mas também quer o que não sabe’”

Murillo Altafine,

cantor

“Essa é uma vida muito superficial. Então a arte existe porque nossos anseios íntimos não são satisfeitos com essa vida superficial. Precisamos de algo a mais para suprir a carência que existe em nossa alma. Alguma coisa que nos encante, que nos leve de alguma forma a transcendência. Esse é o papel da verdadeira arte. Nos tira de uma vida de selvageria puramente de sobrevivência, nesse sentido”, exalta o poeta.

Murillo complementa salientando que a gente vive limitadamente e a arte que sempre foi protagonizante, de vanguarda, sempre chamou as pessoas para irem adiante, pode mostrar algo a mais. “Antes de o homem ter ido à lua, Johannes Kepler escreveu um livro de viagem à lua, mas na época ninguém tinha tecnologia para ir até lá, e o livro foi considerado de ficção científica, artístico. A arte nos mostra horizontes, nos abre uma vida que a gente, às vezes, não consegue pensar e o artista pensa por aqueles que estão apenas sobrevivendo”, frisa o artista.

 

Mais humano

Sobre a experiência de se apresentar em presídios, Murillo Altafine diz que é algo que o faz se sentir mais humano. Como se tivesse cumprindo de forma especial um dever. E observando a receptividade deles quando ouvem sua música com essa temática de paz, de inspiração, de sonhos e de amor absorvem com muita facilidade, cantam junto, se emocionam, choram, riem... são pessoas.

“É importante observarmos esse olhar, fazendo jus a uma frase de Gilberto Gil ‘a gente sabe o que quer, mas também quer o que não sabe’. Então a música que levo eles nunca ouviram e nunca vão pesquisa-la porque não têm nem de onde imaginar que existe. Levo para eles que estão ali muito sensibilizados, carentes, uma coisa que não conhecessem e depois que a ouvem, gostam!”, exclama o artista.

 

Trajetória

Murillo conta que começou estudar violão aos 12 anos, mas com o sonho de tocar piano. Do seu jeito ele já compunha espontaneamente algumas canções quais não foram gravadas, mas que ele as cantou. Ou seja, sempre teve uma veia de compositor. Aos 15, ele passou a tocar profissionalmente na noite fazendo bares, boates, teatro, entre outros locais. Desde os 19 se dedica 100% à música tendo com foco como artista, cantor e compositor, mas ao mesmo tempo com as palestras musicais quais ele acredita que raríssimas pessoas fazem no Brasil e diria até que no mundo.

“Fazer uma palestra e colocar uma música é comum, mas da maneira como eu faço é diferente. É praticamente um espetáculo, por isso chamo de show literomusical, com música ao vivo, a maioria minha autoria, faço covers também. Do começo ao fim as músicas entram como complemento do que estou falando. É como se uma história fosse contada com temas do universo emocional ou sentimental, dos sonhos, das pessoas sempre com a intenção de fazê-las rir, chorar, se emocionar se possível”, acentua Murillo Altafine que atualmente ainda coordena alguns corais na região como em Regente Feijó e Indiana.

 

SERVIÇO

O que: Show com Murillo Altafine

Quando: Sábado 28 de abril às 20h

Onde: Praça da Juventude CEU, na Avenida Tancredo Neves, 2150.

Quanto: Gratuito

Informações: (18) 99608 4090

 

 

 

 

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