O mês de outubro acende anualmente o alerta para uma doença silenciosa e crescente no Brasil e no mundo: o câncer de mama. No HR (Hospital Regional) de Presidente Prudente, em Presidente Prudente, mesmo em meio à pandemia, o número de atendimentos relacionados ao câncer de mama na unidade aumentou de 1.931 no ano passado, para 3.126 neste ano, considerando o período de janeiro a agosto de ambos os anos. Ou seja, houve um salto de 61,8% nos dados coletados para o comparativo.
Segundo o médico oncologista do HR, André Genaro, o aumento nos atendimentos se deve à tendência nacional e mundial de expansão da doença. “O câncer é uma doença multifatorial que está relacionada ao aumento da perspectiva de vida, consumo crescente de bebidas e alimentos industrializados, o sedentarismo e o tabagismo”, explica.
Além disso, o médico ressalta que a prevenção por parte da população ainda é a melhor arma na luta contra o câncer de mama. “É preciso praticar atividade física, se alimentar de forma saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal sem indicação médica”.
A paciente do serviço de oncologia do Hospital Regional, Marcia Regina da Silva, 51 anos, conta que, apesar de ter encerrado suas sessões de quimioterapia há sete anos, continua realizando o acompanhamento necessário com exames de imagem, uso de medicamentos e consultas com um especialista. “Hoje eu vejo que venci uma batalha muito dura, mas, logo quando descobri não tinha dimensão do que era aquele ‘caroço’ sob o meu seio. Eu acreditava que era apenas uma glândula inflamada e não dei tanta importância, mas quando procurei um médico e tive o diagnóstico o meu mundo caiu”, disse.
Segundo Marcia, aos poucos tomou forças para entrar nessa batalha para vencer, primeiro veio a cirurgia, depois, a quimioterapia e a radioterapia. “Quando terminei os procedimentos, me senti aliviada e muito agradecida a todos que me ajudaram a superar essa dificuldade. Ao me olhar no espelho, não me incomodava a queda do cabelo, porque eu via isso como o símbolo da minha vitória. Me tornei inspiração para outras pessoas e passei a dar valor aos pequenos detalhes da vida, assim, percebi que é preciso agradecermos pelo milagre da vida, enquanto houver vida, haverá esperança!”, enfatizou a paciente.
O acolhimento humanizado por toda a equipe médica e multiprofissional com os pacientes na unidade refletem a gratidão expressada nas palavras de quem venceu esta longa jornada. “Fui muito bem acolhida e tratada no HR, fiz muitos amigos e criei laços para a vida toda com os colaboradores, voluntários, médicos e pacientes. Só tenho a agradecer por todo o carinho e cuidado que recebi no decorrer do meu tratamento”, expõe Marcia.