No Canil do 8º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), instalado nas dependências do CPI-8 (Comando de Policiamento do Interior), em Presidente Prudente, os policiais se preparam para mais um dia de treinamento com seus cães. Na área verde destinada ao adestramento, brinquedos e circuitos montam o cenário de preparação dos farejadores, que atuam no combate à criminalidade na região. Apenas em Prudente, o Canil conta com 18 cães, preparados para diversos tipos de ocorrências.
O treinamento começa logo cedo, quando o cão é ainda filhote. De acordo com o 1º-sargento PM Joel de Godoi Bueno Júnior, comandante do Canil, o princípio básico é a diversão com o brinquedo. É nesta fase, chamada de avaliação, em que verificam “os drives do cão”, para avaliar a qual modalidade específica ele será direcionado. “O cão de faro é adestrado totalmente na brincadeira, e a responsabilidade dele vem depois que já aprendeu grande parte do que a gente quer”, explica.
Dentre as raças de cães adestradas em Prudente, estão: pastor-belga de malinois, rottweiler, bloodhound (com capacidade olfativa para localização de pessoas) e labrador. Durante os treinamentos específicos, no caso de drogas, por exemplo, são utilizadas essências importadas que simulam odores de entorpecentes. “Colocamos o odor juntamente com o brinquedo [procurado durante o treino]. Então, ele começa a associar que toda vez que sentir o cheiro da droga, o brinquedo vai estar junto”, afirma o comandante. “O adestramento de faro não é tão difícil, mas, demorado”.
BUSCA POR ARMAS
E EXPLOSIVOS
Além da já conhecida busca por entorpecentes, os cães do 8º Baep possuem outras especialidades. A Ninja está sendo treinada para localizar explosivos. Conforme o cabo PM César Alves, o animal que atua neste segmento precisa ser mais controlado. “[Quando encontrar o objeto] ele não pode raspar ou latir, porque dependendo do detonador, pode ser a última ocorrência dele e do condutor”, lembra. Diante disso, quando encontrar a partícula com odor do explosivo, a regra é deitar ou sentar – indicação passiva, diferente da ativa, costumeira do cão que fareja drogas.
O trabalho dos policiais exige esforço e dedicação, tanto dele quanto do animal. Mas, há situações em que isso precisa ser reforçado, com uma dose de paciência. Como é o caso do cão Lotã, treinado para buscar armas. “Não existe um odor específico, pois cada armamento tem seu odor, assim como cada munição”, afirma o cabo PM Arnaldo César da Silva Fontes. Assim, explica ser necessário trabalhar com vários odores ao mesmo tempo, com trocas diárias para que o cão identifique cheiros semelhantes àqueles que iniciou quando filhote. “Cada dia é uma vitória trabalhando com esse cão”, considera.