A CAC (Casa do Aprendiz Cidadão) de Presidente Prudente lançou, nesta quarta-feira (12), uma campanha interna para a conscientização sobre a diversidade no ambiente de trabalho. Segundo o presidente da entidade, Luiz Antonio Miguel Ferreira, o lançamento contou com a presença de todos os colaboradores da instituição, além dos professores instrutores. “Foi o marco inicial de um trabalho que se estenderá por algum tempo. Pois a ideia é trabalhar a formação dos instrutores, para replicar junto aos aprendizes e adolescentes, que frequentam os nossos projetos sociais, alguns princípios e valores comuns para evitar ações de preconceito e racismo”, expõe o promotor aposentado.
Segundo ele, a ideia surgiu da constatação junto aos adolescentes e jovens da necessidade de trabalhar este tema, que acaba por desembocar em ações de bullying. Assim, seguindo orientações do professor Dan Olwes, da Universidade da Noruega, têm que trabalhar o tema na escola/CAC, na sala de aula e com o aluno-aprendiz individualmente.
“Desta forma, iniciamos este trabalho pela CAC como instituição, mobilizando todos os professores, instrutores e colaboradores para terem ciência da problemática e como trabalhar o tema. Depois, trabalharemos na sala de aula e, por fim, caso se constate a necessidade, com o aluno-aprendiz individualmente. É uma metodologia inovadora, mas que acho que vale a pena desenvolver, pois fecha o tema em todos os ângulos”, acentua Luiz Antônio.
Ele explica que, na prática, a conscientização se dará através da formação e capacitação dos funcionários e professores, plano de ação junto aos pais, apoio e proteção para as vítimas, maior participação nos intervalos e durante a refeição, e com a campanha de sensibilização sobre o tema.
Já na sala de aula implicará no estabelecimento coletivo de regras e na transmissão de valores fundamentais de solidariedade e respeito ao próximo. Por fim, de forma individual, o tema é tratado diretamente com a vítima das ofensas ou bullying, bem como com o autor do fato e, se necessário, com os pais e responsáveis. “É algo que leva tempo, ou seja, a campanha lançada é apenas o marco inicial de uma ação completa que envolverá toda a instituição e durante certo período de tempo”, entende.
Conforme o presidente da CAC, o trabalho está sedimentado numa publicação da USP (Universidade de São Paulo), do Instituto de Estudos Avançados, denominada: “Ensino e educação com igualdade de gênero na infância e na adolescência”. Serão tratados temas referentes ao racismo que se baseiam em características físicas e biológicas, como a cor da pele, a origem étnica, o tipo de cabelo, e também no preconceito, que é uma forma geral de discriminação, que se baseia em características como religião, orientação sexual, aparência física, classe social, entre outros.
Luiz Antonio destaca que sabe que muitas escolas trabalham este tema, mas acredita que de forma sistemática e englobando toda a instituição (escola) são pioneiros nesta ação.
“E ela se faz necessária, pois está presente no cotidiano do jovem, tanto na escola como em seu ambiente de trabalho. Desta forma, nada melhor que tratar o tema para evitar situações vexatórias e constrangedoras ou até mesmo de violência. É um trabalho preventivo e informativo”, pontua.
Luiz Antonio diz não ter dúvidas de que um trabalho dessa natureza traz reflexos positivos para a sociedade, pois o mundo atual está muito intolerante, sem muito amor ao próximo. E este trabalho é permanente. E como afirmou, “a campanha é apenas o marco inicial. Novas ações serão trabalhadas visando à formação moral e ética do jovem”.
“Queremos trabalhar o respeito à diferença, a educação em valores e o amor ao próximo. Procuraremos trabalhar a máxima: não faça ao próximo o que não quer que faça com você. Ou de como tratar os demais como gostaríamos de ser tratados”.
Fotos: Cedidas
Colaboradores reunidos no lançamento da campanha