Busca de jovens por CNH reduz 10,2% em Prudente

Especialistas afirmam que fatores econômicos e de hábitos podem estar associados ao déficit 

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 11/09/2021
Horário 04:02
Foto: Weverson Nascimento
Pandemia também refletiu na busca pela primeira habilitação
Pandemia também refletiu na busca pela primeira habilitação

O interesse em tirar a primeira habilitação, aparentemente, não tem sido a preferência na vida dos jovens. Um levantamento do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito) mostra que a busca dos jovens entre 18 e 30 anos em possuir a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) caiu 10,2% em seis anos em Presidente Prudente. De acordo com o balanço, a quantidade diminuiu de 34.853 em junho de 2015 para 31.956 no mesmo período de 2021.
Os números acompanham a realidade no Estado de São Paulo, que, segundo o Detran-SP, apresentou uma queda de 4,872 milhões de pessoas habilitadas nessa faixa etária em 2015 para 4,356 milhões no mesmo período deste ano, uma diminuição de 10,5%. De acordo com Hélio Soares de Lima, presidente da sede regional do Sindautoescola.SP (Sindicato das Auto Moto Escolas e Centros de Formação de Condutores no Estado de São Paulo) em Presidente Prudente, a queda tem a ver com a situação financeira. 
Segundo o representante das autoescolas, foi possível observar esse déficit a partir da crise econômica de 2015, e que o aumento da procura pela primeira habilitação entre os mais jovens vai depender dos rumos que a economia tomará futuramente. Além disso, acredita que a pandemia da Covid-19 também teve sua parcela neste cenário, uma vez que aqueles que planejaram tirar a habilitação em 2020, foram “pegos de surpresa” com mais um empecilho no cenário econômico.

"Jovens são multitarefas"

Luciane Napolitano, especialista em trânsito, afirma que essa queda não é exclusiva para a nossa região, mas sim, uma tendência nacional. “Atualmente, os jovens são multitarefas, trabalham, estudam, fazem cursos, e isso consome grande parte do seu tempo, contribuindo então para que estabeleçam prioridades”, afirma. De acordo com Luciane, outros fatores podem estar relacionados com esta redução, entre eles, a oferta e a praticidade dos serviços prestados por aplicativos de viagens, a mudança de cultura, como fatores econômicos, culturais e sociais.
A especialista também elenca a pandemia de Covid-19, com uma menor necessidade de locomoção; e o preço cada vez mais alto dos veículos, associado também ao alto custo para sua manutenção, bem como a paralisação de diversas atividades econômicas que também projetaram essa queda. “Alguns jovens ainda optaram por veículo de propulsão humana, como a bicicleta, utilizada também como lazer aliada à prática de esporte”, salienta. “Embora os motivos citados sejam evidentes, esperamos esperançosos que com o avanço da vacinação fatores econômicos e sociais fiquem menos reluzentes e que o jovem possa ter a oportunidade de habilitar-se, até mesmo para facilitação na busca e conquista de um emprego e uma melhor oportunidade profissional”.
 

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