Brasil e EUA... quase no mesmo jeito

OPINIÃO - Eric Schoeffel

Data 18/08/2020
Horário 06:45

Pelo fato de ser americano que mora no interior do Brasil, pessoas aqui frequentemente me perguntam “como estão coisas lá nos Estados Unidos agora... está feio, né?” Eu sempre respondo: “está do mesmo jeito daqui.” E isso é verdade em muitos sentidos. 
Os dois países que considero “my home” (EUA e Brasil) lideram o mundo em casos e mortes do coronavírus. E tanto em Nova Iorque como São Paulo, pessoas estão perdendo empregos e famílias passam fome. Embora numa escala menor do Brasil, Estados Unidos também tem problemas com pobreza que estão sendo exacerbados por causa do vírus.
Igualmente aos brasileiros, os americanos têm vários pontos de vista sobre a pandemia. Muitos levam o vírus a sério e saem da casa só para coisas essenciais, enquanto outros querem aproveitar a vida tão curta e saem para churrascos com amigos, festas de aniversários e tomar sol na praia. Mesmo na minha família, tenho parentes que quase não saíram da casa desde março, e outras que se recusam a usar a máscara.
E tem outro grupo pequeno (mas crescente) nos EUA que acredita fortemente em teorias de conspiração. Crenças comuns desse grupo incluem que o coronavírus foi criado de propósito e a vacina do futuro conterá veneno. Esse grupo não chega a 10% da população, mas estão manifestando e desafiando policias sobre o uso da máscara e distanciamento social.
Como o Brasil, Estados Unidos é um pais enorme: 4.313 quilômetros em largura, 2.545 em comprimento. Existem cidades no interior onde não tem casos da coronavírus por centenas de quilômetros, e tem cidades litorais que têm casos em cada quarteirão. Mas rapidamente, essas regiões livres do vírus estão diminuindo.
No nível pessoal, toda minha família nos EUA está bem no momento. Alguns meses atrás, minha avó de 88 anos de idade recebeu tratamento no hospital para um pequeno machucado e pegou o coronavírus. Depois de um mês no hospital sem contato com família, ela recuperou-se e voltou para casa.
A maioria de meus sobrinhos está voltando para escola esse mês. Eles têm a escolha entre sala de aula física ou virtual; eles optaram para física. Na sala de aula, eles vestirão grandes máscaras de plástico e usarão carteiras com barreiras plásticas. Tempos esquisitos.
E tanto no Brasil como os EUA, ninguém sabe quando a vida vai voltar ao normal, muitas conversas começam com “quando tudo isso acabar...” e a esperança depende do lançamento de uma vacina.  
Talvez vai demorar, mas vamos chegar lá. Pelo menos não estamos nisso sozinhos. Stay safe, my friends. Things will get better.
 

Publicidade

Veja também