ROBERTO KAWASAKI
Da Redação
Uma boneca de olhos esbugalhados, cabelos pretos, sorriso sarcástico e corpo de galinha. A figura da boneca denominada Momo voltou a ser assunto nas redes sociais na última semana. Isso porque, conforme relatos nas redes sociais de pessoas no mundo inteiro, inclusive no Brasil, apontam que a imagem está surgindo em vídeos destinados ao público infantil com mensagens que incentivam ao suicídio. O caso tem tomado tamanha repercussão, que acabou envolvendo até mesmo forças policiais e defensores públicos que pedem a retirada das imagens da boneca das plataformas online. Para que os papais fiquem atentos quanto às medidas a serem tomadas, caso a criança assista ao vídeo, este diário conversou com uma psicóloga que deixou algumas dicas.
“A exposição a esse tipo de situação pode ser vivenciada pela criança como um trauma, podendo levar a aspectos regressivos de comportamento, medos específicos com relação à boneca Momo dentre medos diversos”, afirma a psicóloga Mariana Rodela. De acordo com ela, os sinais de que o temor possa estar incomodando a criança são perceptíveis durante as noites de sono, a exemplo de não conseguir dormir sozinha, começar a ter pesadelos, insônia, instabilidade de humor e outros aspectos fora do comum.
Caso a criança tenha sido exposta a vídeos da boneca e apresente alguma questão emocional, Mariana orienta a “acolher os medos”, e “não desmerecer o que a criança sente”, procurando ajuda profissional. “Neste caso específico, é importante explicar a diferença entre fantasia e realidade, a necessidade de comunicar aos pais tudo aquilo que os incentiva a se machucar ou a machucar outra pessoa, e mostrar que esse tipo de situação é algo ruim, que não devemos seguir esse tipo de orientação [suicídio incentivado pela boneca]”, salienta a psicóloga.
Controle de eletrônicos
Mesmo que o uso do celular ou computador seja policiado pelos pais, os pequenos ainda estão vulneráveis a conheceram a boneca Momo por meio de terceiros. “Fora do ambiente familiar os pais não têm como controlar tudo. Por mais que em algumas escolas não seja permitido o uso do aparelho, tem sempre um amiguinho que viu, vai contar a história e às vezes incentivar a criança a buscar pela informação nas redes”.
Caso isso venha a ocorrer, a psicóloga orienta sobre a importância do diálogo entre pais e filhos. “A melhor maneira que os pais têm para evitar essa exposição negativa ao que aparece nas redes é conhecer sobre os assuntos que estão rodeando o mundo das crianças e conversar com elas. Conversar sempre”, salienta a profissional.