Profissionais que atuam na segurança pública não tiveram as atividades interrompidas durante a pandemia - serviço caracterizado como essencial. Diante da alta demanda no atendimento às vítimas da Covid-19 na região de Presidente Prudente, o efetivo do Corpo de Bombeiros que atua no contato direto com os cidadãos, “trocou” a farda por uma vestimenta específica que impede uma possível contaminação pela doença.
“Essa roupa já era usada pelo Corpo de Bombeiros, mas com a chegada da pandemia, optamos por aumentar o estoque dela, porque já prevíamos que haveria uma demanda referente ao atendimento de ocorrência envolvendo Covid-19”, explica o 1º-tenente PM Evandro Avanço Silva, do 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente. Inclusive, de acordo com o oficial, desde o segundo semestre do ano passado, cresceu a quantidade de atendimento a pacientes com coronavírus, o que era esperado devido ao aumento dos casos na região - que vêm diminuindo gradativamente graças ao avanço da imunização.
A vestimenta usada pelos bombeiros militares é composta por um macacão com capuz elástico em volta do rosto, punhos e tornozelos - feita com polietileno e polipropileno de alta densidade, com tratamento antiestático, ou seja, impede a formação da eletricidade estática perto da roupa. Além dela, é necessário o uso de um óculos de proteção, viseira e máscara formato N95. “[A roupa] é utilizada em qualquer ocorrência que tenha risco de contaminação por partículas sólidas ou líquidas, porque ela dá uma maior proteção para os bombeiros, em comparação com as outras roupas que nós temos”, explica Avanço.
Apesar de atualmente ser usada com mais frequência ao atendimento de Covid, a vestimenta também é indicada para outras ocasiões. “Digamos que a gente vá atender a uma ocorrência de salvamento no esgoto, que tenha também a possibilidade de contaminação, essa roupa também poderá ser utilizada, assim como em acidente de trânsito, se for um ambiente com maior risco de contaminação”, detalha.
Roberto Kawasaki - Avanço explica que vestimenta é utilizada em qualquer ocorrência que tenha risco de contaminação
As atividades dos bombeiros, assim como a dos demais policiais, não tiveram pausa no cenário pandêmico. Os socorristas precisaram estar ainda mais preparados para atuar no crescimento das demandas nos 67 municípios que abrangem o 14º GB. “O serviço de resgate tem essa função primordial em atender ocorrência de traumas, acidentes de trânsito, e também casos clínicos graves, como o infarto, e o AVC [acidente vascular cerebral]. Porém, com a chegada da pandemia, a gente já sabia que haveria uma maior demanda para a Covid”, lembra Avanço.
“No início nós não tivemos tanto, mas do último semestre para cá, esse tipo de ocorrência aumentou muito, diferente das demais, que diminuíram. Então, em nível regional, sobrecarregou o serviço [dos hospitais], e o Corpo de Bombeiros passou a dar esse apoio para atendimento de Covid”, explica.
Roberto Kawasaki - Trabalho dos bombeiros não foi interrompido na pandemia
Roberto Kawasaki - Vestimenta já era usada antes, mas como menos frequência