Historicamente deflagrada em outubro, a greve dos bancários poderá ocorrer em setembro, caso a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não atenda às reivindicações da categoria e feche o diálogo para as negociações. De acordo com Edmilson Trevisan, presidente do Sindicato dos Bancários de Presidente Prudente e Região, representantes dos sindicatos regionais de todo o país se reuniram no fim de semana, na Conferência Nacional dos Bancários, realizada na capital paulista, para definir a minuta de reivindicações que será entregue aos banqueiros no dia 9 de agosto. "A partir de então, a Fenaban deverá estabelecer datas para negociações, que deverão se desenrolar por agosto e setembro. Nossa data-base é em setembro. Se os bancos não chegarem a um consenso e fecharem a guarda, partiremos para a greve", adianta.
Mas, por enquanto, está tudo em ordem. O presidente comenta que este encontro foi somente para a definição de detalhes da classe e existem prazos tradicionalmente estabelecidos para análise e negociação das partes. A campanha salarial deste ano pede reajuste de 14,78% - que inclui reposição inflacionária do ano, mais 5% de aumento real; PLR (Programa de Participação nos Lucros e Resultados) de três salários, mais um fixo de R$ 8.279,61; fim do assédio moral; fim das metas abusivas; mais empregos; e fim das demissões. "A legislação é clara que nenhuma empresa que dá lucros pode demitir seus funcionários com dispensa imotivada. Os bancos, que rendem muito dinheiro, todos os anos", defende.
A categoria pede ainda reajuste no vale-refeição de R$ 652,08 para um salário mínimo, R$ 880; e vale-alimentação de R$ 491,52 também para um salário mínimo.
A negociação para o acordo coletivo é realizado anualmente. Em 2015, por dificuldade em acordarem, os bancários ficaram 22 dias em greve. O sindicato regional é responsável pela situação trabalhista dos funcionários de 18 municípios, e adesão da paralisação no ano passado foi de 98%.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), entidade representativa patronal da Fenaban, foi procurada pela reportagem para repercutir o assunto, e, por meio de sua Assessoria de Imprensa, informa que "não comenta o assunto antes da entrega oficial da pauta de reivindicações, previsto para ocorrer no dia 9".