Avanço de erosão deixa usuários de avenida em alerta em Prudente

Problema é antigo, lá de 2015, mas alvo de reclamação atual, pelo perigo que hoje provoca; tema de ação do MPE, foi acatada pela Justiça, e processo segue em andamento

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 09/04/2024
Horário 04:01
Foto: Cedida
Erosão avança em direção ao prolongamento da Avenida Coronel José Soares Marcondes
Erosão avança em direção ao prolongamento da Avenida Coronel José Soares Marcondes

 Uma erosão que tem sido agravada pelas chuvas, avançando em direção ao prolongamento da Avenida Coronel José Soares Marcondes, colocando em risco usuários da via, a exemplo dos moradores do Condomínio Residencial Quinta das Flores, que trafegam pelo local diariamente. O problema é antigo, lá de 2015, mas alvo de reclamação atual, pelo perigo que hoje provoca. Tema de ação civil pública ajuizada pelo MPE (Ministério Público Estadual), acatada pela Justiça já lá atrás, o processo ainda se encontra em fase de citação, pois o terreno que teria iniciado todo o processo de deslocamento de terra passou por doação recentemente. Uma liminar que solicitava providências imediatas do poder público foi negada e agora as partes seguem aguardando por medidas que possam garantir segurança aos usuários. 

“A Prefeitura de Presidente Prudente informa que as equipes da Defesa Civil, Planejamento e de Obras estão empenhadas em analisar as causas da erosão, que existe há alguns anos, e definir medidas que possam mitigar o problema”, declara a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), sobre a questão, que foi denunciada à Defesa Civil por moradores do condomínio. “Fizemos um comunicado alertando para o perigo que aquela enorme erosão está avançando em direção à avenida, colocando em perigo o leito carroçável com alto risco de acidentes, sobretudo aos moradores do Quinta das Flores, que utilizam diariamente esse trajeto”, destaca o síndico do residencial, Luiz Tamaoki. “Necessário que se providencie com urgência uma reparação desse dano ambiental a fim de mitigar os riscos que porventura venham ocorrer”, complementa.

O caso

A ação civil pública sobre o caso foi proposta pelo MPE contra a Prefeitura; a empresa Segurança Imobiliária Sociedade de Propósito Específico Ltda, proprietária do imóvel denominado “Sítio São Pedro”, onde a erosão está ocorrendo; e Marcelo Álvaro Moreira, dono de um terreno chamado “Fazendinha Costa Rica”, visando apurar eventual dano ambiental provocado pela movimentação de terras “sem a devida cautela”. Vistoria feita pelo Setor Técnico do MPE constatou, lá em 2016, erosão do solo e assoreamento do corpo d’água, e depredação e assoreamento do asfalto da avenida. 

No documento, o promotor de Justiça, Jurandir José dos Santos, pede que a administração municipal seja responsável pela construção/manutenção “de obra adequada para canalizar e dissipar a energia das águas no local, direcionando as águas pluviais de modo harmonioso, sem dar causa a erosões”. Dos requeridos, Marcelo Álvaro Moreira e a empresa Segurança Imobiliária, o MPE requer que sejam cessadas quaisquer intervenções em suas propriedades, que possam acarretar o agravamento da situação e novos danos ambientais, bem como dar início, de imediato, ao processo de recuperação ambiental das áreas.

Representando a Segurança Imobiliária, atual proprietária do imóvel denominado “Sítio São Pedro”, onde a erosão está ocorrendo, Teruo Myashiro, da Miyashiro Advogados, conta que, em 2015, Marcelo Álvaro Moreira tinha uma área lindeira, vizinha ao condomínio Quinta das Flores, e “fez uma grande movimentação de terra”, que tem resultado na atual degradação. “A Prefeitura notificou o Marcelo, em 2015, para que regularizasse a situação e tomasse providências cabíveis. Por falta de canalização adequada na avenida, de responsabilidade da Prefeitura, a água que sai dessa área da qual foi retirada a terra escorre pela via e vai em direção ao imóvel da empresa Segurança Imobiliária, provocando essa erosão”, argumenta. “Quer dizer que, tanto o município quanto a empresa estão sendo vítimas desta retirada indevida de terras, sem qualquer aprovação dos órgãos responsáveis. A empresa Segurança Imobiliária apresentou contestação, refutou qualquer responsabilidade e demonstrou por documento de parecer técnico que toda causa da erosão foi provocada pelo Marcelo, na época”, ainda afirma o advogado.

O processo

No processo, as últimas movimentações são de fevereiro deste ano, quando o juiz da Vara da Fazenda, Darci Lopes Beraldo, determinou a citação de Amanda Luiza Guedes Moreira, filha de Marcelo, que teria recebido a “Fazendinha Costa Rica” como doação. Sendo assim, em julho de 2023, Marcelo foi excluído dos autos. “Quanto à reiteração do pedido de tutela de urgência, não é caso de concessão. O pedido acena para a necessidade de dilação probatória. Ademais, não se autoriza medida antecipatória que esgote a pretensão da parte contraria à Fazenda Pública. Indefiro assim, o pedido em questão”, decidiu o magistrado, na época. 

A reportagem buscou os contatos tanto de Marcelo, quanto de sua filha Amanda, bem como de seus advogados, e foi informada por então representante da defesa que apenas os proprietários do terreno, que não foram localizados, poderiam se manifestar a respeito do assunto.

Cedidas

Terreno que teria iniciado todo o processo de deslocamento de terra passou por doação recentemente

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