Nesta terça-feira, a Prefeitura de Presidente Prudente retomou a cobrança das passagens nos ônibus do sistema de transporte coletivo municipal, agora sob responsabilidade da Sou (Sistema de Ônibus Urbano). O valor é o mesmo praticado pela Prudente Urbano : R$ 4,25. No entanto, os usuários ainda não contam com a bilhetagem eletrônica, devendo fazer o pagamento apenas em dinheiro.
Na tarde de hoje, a reportagem percorreu alguns pontos de ônibus para compreender como está sendo o serviço de cobrança por parte dos usuários. Dentre as principais reclamações da população está a de que, diante da falta do sistema de bilhetagem eletrônica, muitos não podem utilizar os passes já recarregados com valores que chegam a R$ 600. Além disso, muitos precisam fazer a integração, que é possível apenas com o cartão.
A auxiliar de limpeza, Cláudia Aparecida Patrício, que mora no Jardim Humberto Salvador, explica que tem R$ 150 em passes no cartão da antiga empresa e que atualmente fazer o pagamento em dinheiro dificulta. “Eu pego um ônibus para vir e outro para voltar, e esse dinheiro do cartão facilitaria muito no meu dia a dia”, conta. “Que eles coloquem a máquina [bilhetagem eletrônica] o mais rápido possível para usarmos o cartão”, acrescenta.
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Cláudia: “Que eles coloquem a máquina [bilhetagem eletrônica] o mais rápido possível”
A auxiliar de produção, Enilse Machado, 58 anos, explica que não utiliza o transporte coletivo com muita frequência, mas destaca que, quando faz o uso, acaba encontrando dificuldade, principalmente quanto aos horários. “No Parque Residencial Servantes II só passa dois ônibus, o que acaba dificultando no nosso dia a dia. Outra situação que vem complicando é a ausência de um local ou telefone para mais informações”, detalha.
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Enilse relata a ausência de um local ou telefone para mais informações
O carregador de mercadorias, Hedemil Sérgio Cobe, 40 anos, por sua vez, detalha que em seu passe há uma quantia de aproximadamente R$ 600 e não sabe se irá perder este valor. O morador do Residencial Terceiro Milênio também aponta que o transporte que utilizou na manhã de ontem apresentou falhas no ar-condicionado e que alguns usuários chegaram a passar mal.
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Hedemil não sabe se irá perder o valor já depositado para bilhetagem eletrônica
A balconista Solange Moré, 47 anos, espera que a Prefeitura resolva a situação da bilhetagem eletrônica. Além disso, pontua que outra questão que precisa ser revista é quanto aos horários do transporte coletivo. “Quem sai do trabalho à noite não consegue mais pegar ônibus, principalmente após às 23h. Então, precisa avaliar essa situação também”.
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Solange diz que horários do transporte coletivo precisam ser revistos
Na tarde desta terça, a Prefeitura informou que a Prudente Urbano ainda não forneceu os dados detalhados sobre os passes dos usuários, conforme já cobrado seguidas vezes pela Semob (Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Cooperação em Segurança Pública). Tendo em vista a “falta de colaboração” da antiga prestadora de serviços, o município já se mobilizou para cobrar judicialmente tais informações, porém, foi informado de que, por conta do recesso forense, só poderá ingressar com esta demanda em janeiro, após o recesso.
“Assim que houver a publicação do contrato com a Sancetur (Santa Cecília Turismo), previsto para esta semana, a empresa terá 10 dias para operacionalizar todo o serviço, prazo em que deverá ser finalizada a instalação dos aparelhos para utilização dos cartões”, informa o Executivo. “Neste período, o município também espera solucionar o impasse judicial envolvendo a disponibilização dos dados dos usuários por parte da antiga prestadora de serviços”, acrescenta.
Na semana passada, a Semob emitiu ofício comunicando às cerca de 500 empresas prudentinas que fornecem vale-transporte aos funcionários para que, dentro de suas possibilidades, paguem o benefício em dinheiro, justamente para colaborar com este momento de readequação do serviço.
A administração municipal também informou que solicitou da antiga prestadora de serviços, a Company Tur Transporte & Turismo – Prudente Urbano –, dados detalhados sobre a quantidade de passes vendida aos usuários e que ainda não foram utilizados, a fim de viabilizar a migração dos dados e, dessa forma, garantir que o passageiro não perca os passes do cartão já comprados antes da rescisão contratual com a Prudente Urbano.
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