Aumento de 23% nos voos comerciais sinaliza alta na movimentação do aeroporto de Prudente até fim do ano

Entre janeiro e agosto, 200.259 passageiros passaram pelo terminal de PP; no mesmo recorte de tempo, foram 3.112 pousos e decolagens contra 2.510 no ano passado

PRUDENTE - MELLINA DOMINATO

Data 20/10/2024
Horário 04:06
Foto: Patrícia Lanini/Divulgação ASP
Aeroporto de Pudente é, no interior, o segundo com maior volume por uma relação de distância, diz economista
Aeroporto de Pudente é, no interior, o segundo com maior volume por uma relação de distância, diz economista

A ASP (Aeroportos Paulistas), concessionária que administra o Aeroporto Adhemar de Barros de Presidente Prudente, revela que, entre janeiro e agosto de 2024, atendeu 200.259 passageiros, considerando embarques e desembarques. O volume representa um crescimento de 6,5% em comparação ao mesmo período de 2023, quando o empreendimento recebeu 187.904 passageiros. No mesmo recorte de tempo, foram realizados 3.112 voos comerciais, um aumento de 23% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 2.510 voos pousaram e decolaram no terminal.

Para o economista Alexandre Godinho Bertoncello, levando em consideração as elevações no número de passageiros e de ofertas de voos, estas representam que as companhias aéreas estão trabalhando com mais folga e que, portanto, esperam um crescimento. “Por esses dados, acredita-se que a gente volte a ter um aumento ainda maior até o final do ano, porque você não consegue colocar mais aeronaves trabalhando com menos pessoas. Traria um prejuízo. Então observa-se aqui um otimismo das empresas”, destaca.

Além disso, conforme o especialista, o aeroporto da capital do oeste paulista, a exemplo de grandes empreendimentos, como de Campinas, Congonhas e Guarulhos, é, no interior, o segundo com maior volume por uma relação de distância. “É muito diferente de quem está, por exemplo, em Bauru para ir para São Paulo. O voo talvez não compensaria. Pelo fato de a gente estar mais distante, acabamos ganhando tempo no avião, ao invés de ir ônibus ou de carro”, exemplifica.

Hub de distribuição 

Para o economista ainda é importante considerar a situação atual e em relação com o cenário pré-pandemia. Dados de 2019, divulgados na época pelo Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), apontavam que o movimento no aeroporto de Prudente, no acumulado de janeiro a setembro, foi de 236.227 passageiros em embarques ou desembarques. A quantidade de aeronaves em pouso e decolagem, no mesmo período, foi 10.063. Em função da Covid-19, como noticiado neste diário, os voos no local, assim como em todo o país, foram suspensos temporariamente em março de 2020. Em abril de 2022, a ASP assumiu o empreendimento, já em um novo panorama, afetado pela intervenção em função do novo coronavírus.

“Pode ser que estejamos indo para uma relação quase que igual pré-pandemia. E aí a gente passa a ter uma recuperação total. Caso os números sejam abaixo, significa que ainda estamos sofrendo a consequência e que o normal, ou seja, o pré-pandemia, nunca mais volte”, comenta Alexandre. 

Ressalta que, com a superação dos dados pré-pandemia, aí será possível dizer que “viramos uma página” e, “dali em diante, é pensar no futuro da região”. “Prudente pode, sim, se transformar em um hub de distribuição para outras cidades próximas. E uma coisa sonhada há bastante tempo é que a gente tivesse aqui uma alfândega seca, que daria a possibilidade de importar e exportar produtos menores até por via aérea. Principalmente, pensando nas empresas ligadas a som automotivo, que muitas vezes sofrem com essa logística. Assim, poderíamos ter um desenvolvimento regional maior ainda”, ressalta o economista.

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