Pirapozinho poderá ganhar um sistema de estacionamento rotativo, como a Zona Azul, no centro comercial. Mas isso ainda será definido em audiência pública, sem data prevista, por enquanto. O assunto segue em discussão e não há, também, valores mensurados para a cobrança da área de estacionamento. A pedido da ACE (Associação Comercial e Empresarial) do município, um projeto de implantação do sistema foi discutido na última semana, em um encontro com autoridades municipais na Prefeitura. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Executivo, estiveram presentes o prefeito Orlando Padovan (DEM), convidados e responsáveis pela proposta.
"A iniciativa parte da ACE, e um estudo de viabilidade foi desenvolvido e apresentado pelo professor Evandro Fiorin, coordenador do curso de arquitetura e urbanismo FCT/Unesp , e pela aluna Karina Marinho Correa", informa a assessoria.
Centro comercial de Pirapozinho poderá contar com sistema de estacionamento rotativo
De acordo com o prefeito, o pedido de implantação é "antigo", porém, é necessário fazer um amplo debate com a comunidade local. "Precisamos ouvir o que a população pensa a respeito dessa proposta. É importante que o trabalho venha acompanhado da participação do cidadão, pois tudo aquilo que é imposto de cima para baixo sempre enfrenta resistência", diz Padovan.
Segundo a ACE, o objetivo é organizar o tráfego na área comercial da cidade. A implantação do estudo se torna necessária, por conta de fatores como, por exemplo, a atual frota veicular que Pirapozinho detém. Segundo o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a cidade conta com cerca de 14 mil veículos, conforme levantamento de 2014. "O consumidor vai até o centro, e quando não encontra vaga para estacionar, desiste e volta para a casa. Os comerciantes perdem clientes. O sistema também facilitaria o tráfego no local. Parariam no centro somente aqueles que têm compromisso no local", considera a associação.
Opiniões divididas
As opiniões sobre o assunto são bem dividias. A maioria dos comerciantes apoia a iniciativa, mas há quem tem duvidas do provável benefício. Da mesma forma, a maior parte da população desaprova, mas há quem encare a medida como uma solução para conseguir estacionar no centro. É o caso do motorista José Roberto da Silva, 51 anos. "A Zona Azul deverá educar o trânsito no centro e pelo menos teremos onde estacionar quando viermos para alguma compra", comenta.
Já a vendedora Simone Cosmo, 32 anos, não concorda. "Isso é coisa para cidade grande que tem a partir de 100 mil habitantes. O centro fica cheio somente uma semana por mês, quando as pessoas recebem seus salários e saem para fazer compras ou pagar contas. Depois disso, sobram muitas vagas", conta.
Jorge Nicolau dos Santos, 45 anos, aposentado, tem a mesma opinião. "A cidade é pequena. Não precisa disso. As coisas andam tão caras, e mais essa, agora?", expressa. Já para a comerciante Helena Yamashita, da Yamashita Papelaria e Artigos para Festas, a Zona Azul irá colaborar com o fluxo do comércio. "Tem gente que mora perto e vem de carro para cá, ocupa uma vaga por horas, e atrapalha aquele que mora no bairro distante. O movimento central é grande, e o sistema rotativo colaboraria conosco", defende.
Paula Fuzzi, da Sfera Boutique, considera a medida positiva pela questão da rotatividade e facilidade de estacionar, mas tem dúvidas, pois acha que dispor de dinheiro para isso poderá afetar as pessoas. "Tem seu lado bom, mas tem o lado ruim. Se a cobrança for barata, talvez seja compensador", acredita.