Ato de amor e empatia

EDITORIAL -

Data 27/09/2024
Horário 04:15

Em um mundo onde a ciência médica avança rapidamente, a doação de órgãos permanece como uma das mais poderosas demonstrações de solidariedade e generosidade humana. Cada doador representa uma chance de vida para milhares de pacientes que enfrentam a dura realidade de esperar por um transplante, muitas vezes em uma corrida contra o tempo. A decisão de doar órgãos após a morte pode transformar tragédia em esperança, dor em renovação.
Como noticiado neste diário, o dia 27 de setembro é em alusão ao Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos. Em Presidente Prudente, o cenário é considerado favorável pelo enfermeiro da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) da Santa Casa de Misericórdia, Anderson Milhorança, que aponta que, de janeiro até agosto, o hospital já atingiu a marca do que foi feito durante todo o ano de 2023. Na instituição, nos oito primeiros meses de 2024, sete captações de múltiplos órgãos – procedimentos em que foi possível a doação de dois ou mais órgãos – foram contabilizadas, diante de cinco registros no mesmo período do ano passado. 
No Brasil, a lista de espera por órgãos continua a crescer, e, segundo o Ministério da Saúde, milhares de pessoas aguardam por um transplante que pode significar a diferença entre a vida e a morte. Embora o país tenha um dos maiores sistemas públicos de transplantes do mundo, a falta de doadores ainda é um dos maiores desafios enfrentados pelo sistema de saúde. Em muitos casos, famílias enlutadas, no momento de extrema dor, não conhecem o desejo do ente querido falecido e, por isso, hesitam ou recusam a doação.
A conscientização sobre a importância desse ato de generosidade é fundamental. Uma única pessoa pode salvar até oito vidas ao doar órgãos como o coração, pulmões, fígado, rins e pâncreas. Além disso, tecidos como córneas, pele e ossos podem melhorar significativamente a qualidade de vida de muitos pacientes. O impacto não se restringe apenas ao receptor, mas também a suas famílias e amigos, que veem na doação uma segunda chance de vida para quem amam.
A doação de órgãos é, em sua essência, um presente de vida que perpetua um legado de esperança e cura. Ao decidirmos ser doadores, não estamos apenas salvando vidas; estamos reafirmando os valores mais nobres da humanidade — a compaixão, a empatia e a capacidade de fazer o bem ao próximo, mesmo além de nossa própria existência.

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